PS e PSD adiaram o debate sobre a comissão de inquérito às contrapartidas militares devido ao decorrer das audições sobre a questão na comissão de Defesa.<br />
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O Partido Socialista e o Partido Social Democrata comunicaram hoje, terça-feira, que a discussão das contrapartidas militares vai ser adiada para o final do mês de Abril. A decisão prende-se com o facto de, a partir de hoje, a comissão de Defesa ter iniciado audições sobre a mesma problemática.
Deputados do PS e PSD reagiram, ainda, às declarações feitas anteriormente por José Manuel Pureza, nas quais o líder parlamentar do BE afirmava que ambos os partidos tinham recusado o agendamento da proposta bloquista sobre a criação de uma comissão parlamentar para o caso das contrapartidas.
A proposta de voltar a debater a questão das contrapartidas partiu da bancada socialista, segundo Ana Catarina Mendes. A deputada do PS lembrou ainda que já há duas comissões de inquérito instauradas no Parlamento, nomeadamente as do computador Magalhães e a do envolvimento Governo no negócio da TVI. "A comissão de inquérito tem um estatuto especial e não deve ser banalizado", lembrou a Ana Catarina Mendes.
"É de uma total hipocrisia política nós estarmos a iniciar o trabalho na comissão de defesa e simultaneamente estarmos a aprovar uma comissão parlamentar de inquérito", disse o deputado social-democrata Agostinho Branquinho, citado pela agência Lusa. "Nós não gostamos de tirar conclusões antes de sabermos os factos que possam ter ocorrido".
Agostinho Branquinho admitiu ainda a possibilidade de se avançar para a comissão de inquérito caso as conclusões das audições da comissão de defesa o justifiquem.
O BE levou hoje à conferência de líderes uma proposta de agendamento de debate em plenário com vista à criação de uma comissão de inquérito às contrapartidas militares. A iniciativa que teve a oposição dos deputados do PS e do PSD, enquanto os restantes partidos apoiaram a intenção de discutir a medida na primeira quinzena de maio, segundo Pureza.
"O relatório da comissão de contrapartidas é conhecido, foi tornado público. Há uma situação que é agora pior do que a que existia em janeiro, quando o Bloco propôs esta comissão de inquérito", declarou hoje José Manuel Pureza, sobre o caso das contrapartidas militares. "Não há nenhuma razão para que o Parlamento não avance rapidamente para a criação da comissão".