"Se tivessemos continuado com a monarquia estaríamos muito melhor do que hoje". A opinião foi expressa ontem, terça-feira, em Guimarães, por Duarte Pio de Bragança, perante centenas de monárquicos.
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No dia em que se celebrou o centenário da República, os monárquicos reuniram-se na cidade onde "nasceu" Portugal para "proclamar a lealdade" ao candidato ao trono português.
"O dia 5 de Outubro de 1910 é a data em que a evasão mental estrangeira ocupou Portugal", disse, por entre fortes aplausos, o herdeiro da Casa de Bragança. D. Duarte elogiou Cavaco Silva - dizendo mesmo que é "um excelente presidente da República" - e considerou "indispensável" a existência de um consenso nacional - para cuja necessidade o chefe de Estado alertou no seu discurso de ontem - composto "pelos mesmos partidos que tiveram responsabilidades nas governações anteriores".
"Os ideais da República há muito tempo que foram esquecidos", salientou Duarte Pio de Bragança, na presença de monárquicos oriundos de todo o país, que se encontraram em Guimarães para aquela que terá sido a maior concentração de apoiantes do regime em Portugal, surpreendendo os muitos turistas que visitavam o castelo. Ao ponto de, por momentos, alguns suporem que, afinal, Portugal tem um rei. "Também têm Cortes e rainha e príncipes?", perguntava Carolina Gonzalez, residente em Madrid e de férias em Guimarães.
Entre as centenas de apoiantes do herdeiro do trono português, estava o social-democrata Paulo Teixeira Pinto, presidente da Casa Real, e diversas famílias que ostentam títulos de nobreza.
"Depois de cem anos de República, conseguimos chegar ao último lugar da Europa no que diz respeito ao desenvolvimento económico", observou Duarte de Bragança, a finalizar a sua intervenção.