A eurodeputada Elisa Ferreira considerou esta segunda-feira que o caso português ilustra a necessidade de a 'troika' mudar de rumo e aliviar a exigência de austeridade.
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"O caso de Portugal é a gota de água que fez entornar o copo da austeridade, ilustra a exaustão do modelo de resposta que tem sido seguido pela União Europeia (UE)", disse Elisa Ferreira à Lusa, lembrando que, quando se aproxima o fim do programa de ajustamento, "a dívida é 124% do produto interno bruto e o limite do défice está por cumprir".
Considerando que "Portugal não pode avançar mais no caminho da austeridade, como se verifica na decisão do Tribunal Constitucional, a eurodeputada, que integra a comissão de assuntos económicos do Parlamento Europeu, adiantou que a receita falhou "mesmo num país com a fama de bom aluno, que não questionou a receita que lhe foi imposta".
O 'chumbo', na sexta-feira, de quatro normas do orçamento de Estado para 2013, pelo Tribunal Constitucional deveria obrigar a 'troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) "a assumir-se como responsável pelo fracasso" do programa de ajustamento.
"Espero que a negociação das maturidades da dívida, no sentido do seu prolongamento, não seja afetada", afirmou, aludindo às reuniões informais, no fim da semana, dos ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo) e da UE (Ecofin).