O empresário leiriense Ivo Margarido, constituído arguido por protestos nas galerias do Parlamento, voltou a interromper o plenário da Assembleia da República, esta quarta-feira, no debate quinzenal com o primeiro-ministro, tendo sido retirado pela polícia. "Como se atreve a usar a palavra transparência?", questionou.
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Imediatamente após o protesto, um outro cidadão insurgiu-se contra o sucedido e gritou contra a ação policial e às opções políticas do executivo da maioria PSD/CDS-PP, liderado por Passos Coelho e Paulo Portas.
"Puseram o homem na rua, mas ele tem razão. Este Governo está a roubar o povo e o país", afirmou o segundo contestatário.
Ivo Margarido perguntou diretamente ao chefe do Governo: "Como se atreve a usar a palavra transparência?", acusando-o de estar a "patrocinar o sistema bancário".
A presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, pediu aos agentes policiais para retirarem aquelas pessoas do hemiciclo antes de retomar a ordem das intervenções "As pessoas, nas galerias, têm que aprender a respeitar o seu Parlamento. É o seu Parlamento", disse.
O cidadão leiriense já tinha feito o líder do executivo parar de discursar noutros dois debates (maio e junho de 2013), mas o Ministério Público decidiu arquivar os processos de inquérito em janeiro pelos crimes de coação contra órgãos constitucionais e perturbação do funcionamento de órgão constitucional.
Tais crimes, em caso de condenação, têm penas previstas de um a oito anos de prisão e de até três anos, respetivamente.