Esquerda olha "aparente divergência" entre Governo e PSD como "mais um episódio da novela"
O Bloco de Esquerda olha para o desacordo entre PSD e Governo como "mais um episódio de uma longa novela", que na opinião do PCP não passa de uma "aparente divergência" que via levar à viabilização do Orçamento para 2011.
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O secretário-geral do PCP afirmou hoje, quarta-feira, que "a aparente divergência" entre Governo e PSD em relação ao Orçamento do Estado para 2011 vai resultar na "abstenção do PSD", o que resultará na sua aprovação.
Numa declaração aos jornalistas na sede do PCP, Jerónimo de Sousa, líder do partido, reiterou que a proposta de Orçamento do Estado do Governo e as propostas de alteração dos sociais-democratas são "profundamente negativas e injustas".
Para Jerónimo de Sousa, este Orçamento é mais uma consequência do "rumo de desastre nacional em que o país se encontra": "Um orçamento profundamente negativo e injusto contribuirá para acentuar o declínio do país e o agravamento dos problemas nacionais".
"O que está por detrás desta aparente divergência e da crescente dramatização à volta da aprovação do Orçamento são tão só pequenas nuances que não são nem medidas nem propostas alternativas nem tão pouco põem em causa o fundamental da política de direita", acusou o líder comunista.
Questionado sobre a convocatória do Conselho de Estado pelo Presidente da República, Jerónimo de Sousa considerou que se trata de "mais uma forma de [Cavaco Silva] também sair por cima para tentar mostrar que está interessado no entendimento entre os dois partidos.
BE diz que é "mais um episódio de uma longa novela"
"As declarações de Miguel Relvas são mais um episódio de uma longa novela em que PS e PSD têm vindo a arrastar o país sem apresentar soluções que respondam de facto aos problemas em que vivemos hoje", afirmou a deputada do Bloco de Esquerda Rita Calvário, em declarações aos jornalistas.
Num comentário à posição do PSD, a deputada do BE reiterou que está em causa "um mau Orçamento", sublinhando que "PS e PSD continuam a estar de acordo no essencial", nomeadamente na redução de salários, corte no abono de família e nas prestações sociais.
"Não vemos nem no Orçamento apresentado pelo Governo, nem nas medidas apresentadas pelo PSD, qualquer solução para responder aos principais problemas do país e termos de facto um bom Orçamento que permita dinamizar a economia, aumentar o emprego e termos um Estado social e fortes serviços públicos", declarou.
Esta manhã, as negociações entre o PSD e o Governo para alterar a proposta de Orçamento com vista à sua viabilização terminaram em ruptura.
A votação da proposta de Orçamento para 2011 na generalidade está marcada para a próxima quarta-feira, dia 3 de Novembro, enquanto a votação final global está prevista para 26 de Novembro.