O ex-ministro Mira Amaral defendeu, esta segunda-feira, a extinção de serviços públicos "socialmente inúteis" com o Estado a pagar a funcionários públicos para ficar em casa já que isso significaria poupança para o sector público, considerou.
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"Se há serviços socialmente inúteis devem ser extintos, isso significa despesa poupada", disse o ex-ministro da Indústria e da Energia de Cavaco Silva, afirmando que há um "estado paralelo" que se mantém "só porque não se pode despedir funcionários públicos".
Quanto ao que fazer com os trabalhadores integrados nesses serviços, o actual presidente do banco BIC defendeu que o Estado continue numa primeira fase a pagar os salários como se estes estivessem a trabalhar.
"É melhor pôr os funcionários públicos em casa com salários e depois o Governo ir negociar com os sindicatos o futuro trabalhadores, seja rescisões por mútuo acordo seja reciclagem para integrarem outros serviços", acrescentou.
Para Mira Amaral, se esta decisão não for tomada "é todo o Estado que é posto em causa" com repercussões para os "mais pobres".
O empresário considerou ainda que, caso estes organismos não sejam extintos, vai ser preciso "cortar em funções essenciais do Estado" uma vez que "o dinheiro não chega para tudo.
Mira Amaral deu como exemplo de uma "medida excelente" a mobilidade especial dos governos de Sócrates, lamentando que tenha sido "pouco aplicada".
Cortes nos salários ou aumento dos horários de trabalho foram soluções apontadas para aumentar a competitividade da economia portuguesa, que negou que a saída da zona euro seja uma solução para Portugal.
"Em vez de sair do euro, que não seria uma solução mas um grave desastre, acho que de mais bom senso seria uma redução parcial dos salários nominais ou um aumento dos horários de trabalho", afirmou o antigo ministro da Indústria e da Energia de Cavaco Silva, acrescentando que uma "redução da Taxa Social Única" paga pelas empresas também teria os mesmos efeitos.
Já a saída de Portugal da União Económica e Monetária (UEM) não é solução para Mira Amaral já que implicaria uma desvalorização de "40 ou 50% da moeda" e, logo, uma diminuição dos salários reais na mesma proporção.