O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, admitiu hoje ter ficado "surpreendido" com a notícia das omissões sobre as contas da Madeira, e acrescentou que ainda não tinha sido informado sobre este assunto.
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Também contactados na Polónia, o ministro das Finanças e o governador do Banco de Portugal, Vitor Gaspar e Carlos Costa, escusaram-se a comentar.
À margem de uma reunião de ministros das Finanças da União Europeia que hoje tive início em Wroclaw, o ministro Vítor Gaspar, questionado por jornalistas portugueses sobre os novos dados sobre a Madeira, respondeu simplesmente que não iria "comentar nada sobre Portugal daqui da Polónia".
Também o governador do Banco de Portugal, entidade à qual não foram reportadas dívidas da Região Autónoma da Madeira, se remeteu ao silêncio. "Não há declaração", indicou Carlos Costa.
Já o presidente do Eurogrupo, confrontado por jornalistas portugueses à saída do palco onde se realizou a habitual foto de família da reunião de Wroclaw, não escondeu a sua surpresa.
Questionado sobre se tinha sido informado pelo ministro Vítor Gaspar sobre estes novos desenvolvimentos na Madeira, Juncker disse que não - "não, não discutimos isso" -, e, ao ser-lhe perguntado se estava surpreendido com a informação, admitiu que sim.
"Um pouco. Mas vou ter que ver" o que se passa, disse.
Em causa estão dívidas que não foram reportados ao Banco de Portugal e ao Instituto Nacional de Estatística, instituições a que, após diligências, terão chegado informações entre o final de Agosto e esta semana que dão conta de Acordos de Regularização de Dívidas celebrados em 2010, com um valor aproximado de 571 milhões de euros, dos quais não tinham conhecimento, mais 290 milhões de euros de juros de mora "que também não foram comunicados às autoridades estatísticas".
O INE e o BdP acusaram hoje a Administração Regional da Madeira de ter omitido informação relativa às suas contas públicas, facto que consideram "grave" e da qual não têm conhecimento de casos similares
A Madeira não terá ainda comunicado encargos, que ainda não foram objecto destes acordos relativos a serviços de saúde de 2008, 2009 e 2010, em montantes de 20, 25 e 54 milhões de euros, respectivamente.