David Justino, ex-ministro da Educação, afirmou, esta quinta-feira numa conferência em Leiria, que "falta qualificação à classe política".
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Falando sobre o tema "Mudar a escola", numa conferência organizada pela Associação para o Desenvolvimento de Leiria em parceria com a Livraria Arquivo, David Justino referiu que "falta qualidade à classe política" e "não é por falta de escolaridade" dos seus intervenientes.
O ex-ministro reconhece que a "maior parte dos políticos estão mais preocupados com a mediatização" e com a "preocupação em dar respostas para o imediato".
O docente admitiu que cometeu o mesmo erro quando esteve no Governo de Durão Barroso, porque "não há alternativas", pois "não há nenhum político disposto a ver o seu nome mal tratado e enxovalhado na praça pública".
David Justino lamentou também que a "maior parte dos políticos não dêem importância à educação", embora "repitam a Profissão de Fé de defenderem que é uma prioridade".
O professor considerou que sempre que assiste ao "ambiente de guerra civil na Educação" sente que a sociedade "está a perder o futuro".
O ex-ministro da Educação salientou que não é "contra o conflito", mas discorda que "muitas vezes", o conflito se baseie entre "aqueles que querem fazer e os que não querem".
David Justino criticou ainda a política do imediatismo: "O que preocupa é que o FMI chegou na terça-feira e onde vai estar na quarta-feira e não estamos preocupados como vai estar o país daqui a 20 anos."
David Justino defendeu uma política que pense naquilo que o mercado de trabalho vai precisar daqui a 20 anos, para que "as políticas se pudessem manter, variando na sua forma, tendo em conta os governos".
O especialista defendeu também um modelo de escola comunitária e concorda com a descentralização nas escolas, o que considerou ser difícil concretizar.