O líder do Executivo, Passos Coelho, deve convidar membros do PS para integrarem o Governo de coligação entre o PSD e o CDS-PP, face à situação que o país vive, defendeu esta terça-feira o presidente da Associação Portuguesa de Bancos.
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"Seria desejável que o PS viesse a fazer parte do Governo. Sem eleições e sem ser necessária uma intervenção presidencial", afirmou hoje aos jornalistas Fernando Faria de Oliveira, que lidera a APB, à margem de um evento em Lisboa.
Questionado sobre qual a forma de entrada do PS no Executivo, Faria de Oliveira disse que a mesma deveria partir de uma "proposta de Passos Coelho para integrar membros do PS no Governo".
E justificou: "A dimensão dos problemas do nosso país é extremamente elevada e agravou-se com a decisão do Tribunal Constitucional. Necessitamos de assegurar a estabilidade política para que as medidas de ajustamento funcionem".
Segundo o gestor, que é 'chairman' da Caixa Geral de Depósitos (CGD), "não sendo nada desejável o aumento de impostos, a via é reduzir a despesa do Estado e isso exige o máximo consenso possível".
Por isso, na sua opinião, "é imprescindível que os principais partidos, e também os parceiros sociais, estejam envolvidos na definição de quais devem ser as funções do Estado".
Antes, durante a sua intervenção no debate "Um sistema bancário para o crescimento económico na Europa", promovido pelo Instituto Europeu, Faria de Oliveira já tinha defendido esta ideia.
"A situação de extrema dificuldade em que estamos requer que se reitere o compromisso político entre o PSD, o CDS e o PS, no mínimo, com a formalização de um pacto de regime", considerou.
E acrescentou que o ideal seria "a inclusão do PS no Governo", reforçando que "a reforma do Estado não se fará sem consenso entre os partidos do eixo do poder".