O presidente da Federação do Porto do PS, José Luís Carneiro, acusou este domingo o ministro da Educação de estar a lançar "um ataque conservador e reacionário" à escola pública, destruindo "o que demorou décadas a construir".
Corpo do artigo
"A escola pública está a sofrer de ataque conservador reacionário [do Governo], que a quer fazer recuar aos anos 40 do século passado", criticou.
Segundo o líder distrital socialista, o PS do Porto propõe-se "combater veemente a contrarreforma do ministro Nuno Crato", uma "política que destrói um edifício de igualdade de oportunidades que durou quatro décadas a erigir e que vai conduzir a ruturas sociais".
O dirigente discursava em Penafiel, no encerramento da Universidade de Verão da Federação do Porto, que discutiu durante dois dias questões ligadas à educação.
Para José Luís Carneiro, o Governo está a lançar um ataque à educação, constituindo "um afrontamento dos direitos humanos fundamentais".
Lembrando o "maior despedimento coletivo de profissionais da educação", prometeu às dezenas de militantes presentes combater "o caminho de preconceito contra a escola pública" do atual Ministério da Educação.
O líder do PS do distrito do Porto considerou que o partido, sempre que esteve no Governo, apostou no desenvolvimento da escola pública, contando com o apoio das autarquias e dos estabelecimentos de ensino e contribuindo para a diminuição do abandono e do insucesso escolares, "que caíram em flecha por todo o país".
Referindo-se ao programa Novas Oportunidades, criticou o atual Governo por estar a "matar o sonho do maior movimento social" da história do país e prometeu: "Nós não resignaremos, não ficaremos pelas críticas no combate a esta visão convicta do Governo de direita".
José Luís Carneiro sublinhou depois que o PS do Porto exige a valorização do estatuto do professor, a continuação da requalificação das escolas do ensino secundário e que "se lute pele execução dos fundos comunitários para terminar o projeto de reordenamento do primeiro ciclo".
Ao longo de dois dias, vários conferencistas da área do PS lançaram críticas à política do atual Governo para a área da educação, considerando que se está a acentuar as desigualdades entre ricos e pobres.
Na sessão de encerramento, também o secretário-geral do PS, António José Seguro lançou críticas ao atual Ministério da Educação, que acusou de "esconder uma enorme incompreensão com a dinâmica da democratização de acesso à educação".
Hoje, "mais do que nunca, devemos ser intransigentes na determinação de promovermos uma educação de qualidade para todos os portugueses", disse Seguro.
Para o líder socialista, "a vitalidade económica do país está associada à sua capacidade de gerar e atrair conhecimento".
"O que o PS recusa é a ideia de uma escola onde a alegada qualidade se constrói na exclusão", defendeu, apontando o exemplo das Novas Oportunidades.
O secretário-geral socialista critica as decisões do Governo ao nível deste programa, considerando terem sido "movidas por puro preconceito e conservadorismo social", acabando com "uma das mais bem concebidas políticas de certificação das competências das pessoas".