Governo quer "relações cada vez mais estreitas" com países que falam Português
O primeiro-ministro defendeu, esta quarta-feira, a promoção de "relações cada vez mais estreitas" entre Portugal e países de língua oficial portuguesa no âmbito da Defesa, dizendo querer construir uma "comunidade de interesses e propósitos para o futuro".
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"São países com os quais queremos construir relações cada vez mais estreitas, partilhar preocupações comuns, explorar oportunidades de acção conjunta, identificar e estabelecer mecanismos práticos de cooperação, sinergética e complementar, e construir, passo a passo, uma comunidade de interesses e de propósitos para o futuro", afirmou Passos Coelho.
O chefe do Governo discursava na abertura oficial do ano lectivo do Instituto de Estudos Superiores Militares (IESM), em Pedrouços, perante uma audiência onde estavam os três chefes militares dos ramos, vários deputados e muitos oficiais superiores.
A cerimónia contou também com a presença do ministro e do secretário de Estado da Defesa, do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) e do presidente da Comissão Parlamentar de Defesa.
Problemas actuais exigem consensos internacionais
Na sua intervenção, o chefe do Governo assinalou que actualmente "os problemas de segurança do mundo actual apelam a soluções que envolvem consensos internacionais", dedicando uma importante parte do discurso à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e às relações de Portugal com os países que integram a organização.
Segundo Passos, "a visão universalista, cooperativa e integradora que fundou" a CPLP "poderá ter um papel importante no mundo globalizado".
Para o primeiro-ministro, esta "comunidade política, económica, social e cultural emergente" constitui, "em certa medida, um laboratório de excelência para o mundo global, gerando novos consensos e promovendo a paz, estabilidade e o desenvolvimento".
"[A CPLP] deve continuar a assumir, de forma progressiva, uma dimensão na área da defesa, assente num extenso e pioneiro trabalho de formação realizado a partir dos seus centros de excelência, na interoperabilidade, no reforço da capacidade de actuação em operações de paz internacionais e regionais. Enquanto novo actor internacional, deve também explorar, num processo incremental, o vasto potencial que nos oferecem os domínios das indústrias e economias conexas de defesa e da economia do mar", referiu.
Forças Armadas, "um elemento agregador da vontade colectiva"
No plano nacional, e na sua primeira intervenção pública numa instituição militar enquanto primeiro-ministro, Passos Coelho apontou as Forças Armadas como "um elemento agregador da vontade colectiva" a apelou à instituição militar para que mantenha "uma permanente capacidade crítica e reformadora".
No final da sua intervenção, o primeiro-ministro dirigiu-se ainda "aos ex-combatentes e em particular aos deficientes das Forças Armadas".
"Responderam valorosamente quando a pátria os chamou e lhes pediu os maiores sacrifícios. A sua dedicação, o seu sentido do dever, a sua coragem, constituem um exemplo para todos nós. A dívida do país para com eles é imensurável", declarou.
Passos disse ainda observar as Forças Armadas na sua acção diária "com atenção e com gratidão".