O presidente da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares afirmou, terça-feira, que as alterações na contribuição para a Segurança Social são negativas para a economia e prejudicam sobretudo as pequenas empresas.
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"O aumento na taxa dos descontos para a segurança social no que diz respeito aos trabalhadores vai fazer com que a economia não cresça. O que vai acontecer é que vamos fazer menos negócio e a economia não recupera, nem no que diz respeito ao negócio, nem no número de trabalhadores", afirmou Mário Pereira Gonçalves, à margem da apresentação do 12.º Salão Internacional da Alimentação, Hotelaria e Tecnologia para a Indústria Alimentar (Alimentaria&Horexpo).
O presidente da AHRESP admite que o impacto da descida da Taxa Social Única pode ser compensatório para algumas empresas, mas estas serão uma minoria.
"Cerca de 97% das empresas que a AHRESP representa são micro e pequenas empresas e essas vão ser prejudicadas", considerou.
Mário Pereira Gonçalves, que preside à Comissão Organizadora da Horexpo, assinalou, esta terça-feira, no lançamento do certame, que "o aumento do IVA trouxe consequências devastadoras" para o setor da restauração.
Segundo as estatísticas do INE, que o presidente da AHRESP citou, o setor perdeu 33 mil postos de trabalho entre os primeiros três meses de 2012 e o trimestre homólogo.
No mesmo período, o número de insolvências declaradas aumentou 98%, acrescentou.
A AHRESP deve apresentar, na próxima semana, as conclusões de um estudo que avaliou o impacto do agravamento das taxas de IVA, no serviços de alimentação e bebidas, em toda a cadeia alimentar.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou na sexta-feira mais medidas de austeridade para 2013, incluindo os trabalhadores do setor privado, que, na prática, perderão o que o primeiro-ministro diz corresponder a um subsídio através do aumento da contribuição para a Segurança Social de 11 para 18%.
Os funcionários públicos continuam com um dos subsídios suspensos (na totalidade nos rendimentos acima dos 1.100 euros/mensais e parcialmente acima dos 600 euros) e o outro é reposto de forma diluída nos 12 salários, que será depois retirado através do aumento da contribuição para a Segurança Social.
A contribuição das empresas passa dos atuais 23,75 por cento para 18 %.