O director do departamento de meteorologia e clima do Instituto de Metereologia (IM) disse ontem que não é possível estabelecer uma relação causa-efeito entre a derrocada da falésia da praia Maria Luísa, no Algarve, e o sismo ocorrido quatro dias antes.
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"A acção sísmica registada na zona de Albufeira é extraordinariamente baixa. Foi possível estimar um impacto macrosísmico com um nível de vibração fraco", sublinhou o engenheiro Fernando Carrilho, numa conferência de imprensa, em Lisboa.
O sismo que se deu na madrugada de terça-feira, 18 de Agosto, a 110 quilómetros a sul de Faro foi classificado com nível dois da escala de Mercali, ou seja, "muito fraco". "Há sempre vibração. Depende sempre das condições de estabilidade das formações e construções estas caírem ou não", disse o especialista, acrescentando que "não há acesso a informação sobre a condições reais da estabilidade da falésia".
Versão diferente apresentou a responsável pela Administração Hidrográfica da região do Algarve. Em declarações ao JN, Valentina Calixto admitiu que o sismo "pode ter sido um dos factores" que contribuíram para a queda da falésia" e referiu estudos geológicos que demonstram que as arribas podem demorar até quatro dias para ceder ao impacto do sismo. A especialista reconheceu, porém, que "até ao momento não há nenhum factor que explique o desabamento".