O presidente do Governo Regional lembrou esta terça-feira que sempre vaticinou que Paulo Portas iria "roer a corda" e associou a presente crise política à última reunião do Clube de Bilderberg onde os líderes do CDS/PP e do PS estiveram presentes.
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"Os senhores lembram-se que eu sempre disse que o dr. Paulo Portas iria roer a corda", disse Alberto João Jardim à margem da inauguração da reconstrução da canalização do 1.o Ribeiro do Lazareto, no impasse 3 das Pontes do Lazareto, local onde desapareceu um jovem levado pelas águas no temporal de 20 de fevereiro de 2010.
"Também viram eu escrever e dizer que era significativo a ida do dr. Paulo Portas e do dr. António José Seguro à última reunião de Bilderberg, reunião que toda a gente sabe o que representa para o mundo e os senhores reparem os incidentes no Brasil - não se esqueçam que o Brasil está a vender petróleo à China fora do mercado de Londres - e, agora, isto, que está a passar em Portugal tem a ver alguma coisa com Bilderberg".
Alberto João Jardim disse ainda que a crise política em Portugal tem a ver "com o regime político português" e "dizendo em bom madeirense é um problema deles".
"É um problema deles que infelizmente pode se repercutir sobre nós", reconheceu, lembrando que "toda esta irresponsabilidade, todas estas cenas kafkianas que estão a suceder fizeram subir já as taxas de juros portuguesas nos mercados e isso significa que os portugueses vão pagar mais".
"Para além disto, estão-nos a arrastar para uma helenização do país que é nos pôr à grega", observou.
Para o governante madeirense, que fez esta declaração sem direito a perguntas, "o regime político é inadequado e, portanto, o País continua à mercê de forças estrangeiras, o regime continua à mercê de sociedades secretas".
"O problema é do regime político e é preciso resolver a questão do regime o mais rápido possível", concluiu.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, apresentou hoje o seu pedido de demissão ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
Paulo Portas refere, num comunicado, que a decisão é "irrevogável" e justifica-a com a discordância na escolha de Maria Luís Albuquerque para a pasta das Finanças, depois da saída de Vítor Gaspar, na segunda-feira.