O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu sexta-feira à noite que PS e PSD são dois partidos "siameses", com "94 por cento" de parecenças, até "no medo que têm da CDU".
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"Anda aí um barulho imenso entre os dois candidatos do PS e do PSD. Quem os ouvisse até ficava arrepiado. Querem ver que isto ainda dá pancada? Mas aquele desatino, às vezes até de linguagem, visa fundamentalmente muito foguetório mas pouca substância para esconder uma questão central", defendeu, num jantar-comício em Gondomar, Jerónimo de Sousa.
A "questão central" são as 93 por cento de vezes em que PS e PSD votaram juntos iniciativas legislativas no Parlamento Europeu.
"Isto é tudo floreado, porque a dificuldade deles é justificar porque é que o fizeram, porque é que têm uma política idêntica, porque é que são tão siameses, particularmente no Parlamento Europeu", disse.
Para Jerónimo de Sousa, "eles procuram marcar as diferenças, fazer estes desaguisados de linguagem mas quando vamos ao concreto, verificamos que eles são os tais siameses".
As parecenças são, na opinião do dirigente comunista, evidentes nas posições quanto ao Plano de Estabilidade e Crescimento, o Tratado de Lisboa, até em relação "ao Barroso, ao senhor Barroso, ao senhor presidente da Comissão".
Jerónimo de Sousa encontra mais um ponto em comum entre os dois partidos, afinal, "94 por cento" de semelhanças: "Ambos temem a CDU, não temem outra força política. Temem o seu crescimento, o seu reforço, porque sabem que se isso acontecer o povo português começa a ter o sentido de dizer 'Basta!'".
"Se olharmos para a política que este Partido Socialista fez aqui no país, contra os trabalhadores, contra a juventude, contra os reformados, contra os pequenos e médios empresários, eu acho que nalguns momentos o PSD deveria ter sentido isto: 'com, mil diabos, o Partido Socialista está a passar-nos pela direita'", sustentou.