O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou que as medidas de austeridade anunciadas pelo primeiro-ministro quinta-feira revelam a "natureza classista" do Governo, acusando o executivo de prosseguir uma "política de terra queimada" relativamente à economia.
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Numa intervenção no debate quinzenal no Parlamento, Jerónimo de Sousa assegurou que as medidas previstas estão "condenadas ao fracasso" porque atacam o trabalho, "a força principal da economia".
"As medidas anunciadas ontem revelam (...) opções que resultam da matriz do pacto de agressão a que o nosso país está sujeito, mas também da natureza classista deste Governo. Por muito que fuja desta questão, quando vamos ao concreto é que verificamos" essa opção, afirmou o deputado, no início da sua intervenção.
E questionou, em seguida: "É capaz de explicar quanto nesta factura pagam os rendimentos do trabalho ou quem vive dos seus pequenos rendimentos, reforma ou pensão e quanto paga o capital, os grupos económicos e particularmente o capital financeiro, que tem graves responsabilidades na situação em que nos encontramos".
Jerónimo de Sousa alertou ainda que, ao "desvalorizar e atacar a força principal da economia que é a força do trabalho", a política do Governo "está condenado ao fracasso".
"Com estas medidas de alteração à legislação laboral, de penalização de quem trabalha, está a penalizar essa força dinâmica, a força determinante para o desenvolvimento e crescimento. E é por isso que vai falhar. E vai falhar também porque no plano do crescimento quer fazer o exercício impossível da quadratura do círculo", anteviu.
Em resposta, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho defendeu que as opções do executivo "não são opções de classe" mas sim "opções verdadeiramente nacionais" visando que "todos os portugueses possam sair do pesadelo" em que se encontram.