Jerónimo de Sousa acusou Passos Coelho de estar a "mistificar e a contornar uma realidade que é armadilha da dívida", numa resposta às palavras de ontem do primeiro-ministro em Alcanena, quando disse que Portugal "tem três anos para cumprir e não vale a pena pensar em mais tempo", evitando a renegociação da divida ao FMI.
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As palavras do secretário-geral comunista foram pronunciadas esta tarde em Beja, à margem de um almoço de apoio a João Rocha, candidato da CDU, na corrida à eleição como presidente da Câmara, nas eleições do próximo dia 29 de Setembro.
Jerónimo lembrou que o PCP disse há dois anos e quatro meses que era preciso "renegociar a divida. Nos prazos, nos montantes, nos juros e buscar novas fontes de financiamento".
Sobre a afirmação de Passos Coelho de que "não é teimosia, consta do acordo, para evitar segundo resgate", o líder comunista disse que a afirmação "não é um drama, o erro é dizer que vão persistir", voltando a exigir a demissão do Governo e a convocação de eleições antecipadas e só depois "renegociar com os credores", rematou.
Jerónimo de sousa lembrou que o governo não defendeu os interesses nacionais porque "sempre teve uma atiitude passiva, de bons alunos, nunca questionando o professor", disse.
Questionado sobre as eleições na Alemanha, o líder do PCP disse que "o nosso caminho e nosso rumo" não vem daquele país e tem que vir de dentro de Portugal, garantindo que, independentemente dos resultados, "não esperamos grande coisa, compete a nós resolver os nossos problemas", concluiu.