O líder do CDS/PP-Madeira afirmou que tanto ele como o deputado na Assembleia da República assumirão as consequências partidárias do voto contra o Orçamento de Estado, dizendo não acreditar que chegue à expulsão.
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"Eu como presidente do CDS/PP-Madeira e o deputado Rui Barreto, como o deputado da Madeira à Assembleia da República, assumiremos todas as nossa responsabilidades partidárias, na certeza porém de que preferimos violar os estatutos do partido a violar os compromisso que assumimos perante os eleitores quando nos candidatamos às eleições", disse José Manuel Rodrigues aos jornalistas numa visita à Festa da Castanha, que decorre este fim de semana na freguesia do Curral das Freiras, concelho de Câmara de Lobos.
O dirigente popular madeirense, que pediu a demissão da vice-presidência do CDS nacional e deixou S.Bento, sendo substituído por Rui Barreto, reagia assim às declarações do líder Paulo Portas na sequência da posição do deputado madeirense que violou a disciplina partidária e votou quarta-feira contra a proposta do Orçamento do Estado para 2013 na generalidade.
O presidente do CDS-PP declarou quarta-feira que os estatutos do partido preveem "consequências" para quem não respeitar o sentido de voto para um Orçamento do Estado, numa referência ao deputado madeirense que deverá hoje votar contra o documento.
"É muito claro, a decisão está tomada [o sentido de voto do CDS no Orçamento] e, obviamente, os estatutos também dizem que quem não a respeitar terá obviamente consequências", disse Paulo Portas.
Também o líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, lamentou o voto contra do deputado Rui Barreto ao Orçamento do Estado para 2013, adiantando que será o Conselho Nacional de Jurisdição a avaliar a quebra de disciplina.
"Quanto à expulsão, não acredito que um partido democrático como o CDS possa expulsar militantes, dirigentes e deputados que apenas estão a cumprir aquilo que prometeram ao povo da Madeira e de Portugal", sublinhou José Manuel Rodrigues.
O líder popular regional aproveitou a ocasião para "agradecer todas as mensagens de felicitações, de madeirenses e continentais, ao CDS da Madeira e ao deputado Rui Barreto, pelo sentido de voto contra o OE, responsável e coerente, contra um orçamento que consideramos vai provocar mais recessão económica, mais falências de empresas e mais desemprego".
Segundo José Manuel Rodrigues, "o Governo tem agora uma segunda oportunidade para, na especialidade, alterar o OE, cortar na despesa e nos desperdícios, para aliviar a carga fiscal prevista para os portugueses".
E deixou três perguntas: "Afinal quem tem duas caras, uma na Madeira e outra em Lisboa, o deputado da Madeira ou os do PSD? Afinal quem defendeu a Madeira e os madeirenses? Afinal quem defendeu as famílias e os contribuintes da Madeira de um orçamento que vai constituir mais sacrifícios e não saberemos se valerão a pena?".
Sobre a Festa da Castanha, frisou que o CDS/PP-M participa sempre neste tipo de iniciativas que "visam incentivar a produção de produtos regionais", defendendo que "na situação em que região se encontra é preciso uma batalha da produção".