A maioria PSD/CDS-PP vai entregar um requerimento na Assembleia da República a solicitar a presença do governador do Banco de Portugal na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças para ouvir Carlos Costa "ainda esta semana" sobre a situação do BES.
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Em declarações à Lusa, o deputado do PSD Duarte Pacheco adiantou que a maioria pretende ouvir Carlos Costa sobre "estratégia que foi encontrada para o BES e que visa salvaguardar não só os interesses dos depositantes, como dos trabalhadores".
"É uma solução que tem um carácter inovador", sublinhou o deputado social-democrata, que considerou que ouvir Carlos Costa numa audição pública no parlamento será "útil e poderá mesmo servir para ajudar a reforçar a serenidade dos mercados".
Já esta segunda-feira à tarde, foi anunciado que a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, vai ao parlamento na quinta-feira para prestar esclarecimentos na comissão permanente da Assembleia da República sobre a solução encontrada para BES.
A governante será ouvida, na quinta-feira, pelas 16.00 horas, tendo fonte partidária indicado à agência Lusa que a audição de Maria Luís Albuquerque foi "consensualizada entre os líderes parlamentares", depois do PS quer pedido esta manhã a convocação com "caráter de urgência" da comissão permanente para ouvir a titular da pasta das Finanças.
O BES, tal como era conhecido, acabou este fim de semana depois de o Banco de Portugal (BdP) ter anunciado a sua separação num 'banco bom', denominado Novo Banco, e num 'banco mau' ('bad bank').
O Novo Banco fica com os ativos bons que pertenciam ao BES, como depósitos e créditos bons, e recebe uma capitalização de 4900 milhões de euros enquanto o 'bad bank' ficará com os ativos tóxicos.
O capital é injetado no Novo Banco através do Fundo de Resolução bancário, criado em 2012, para ajudar a banca a resolver os seus problemas. Como o fundo é recente, a solução passa por ir buscar a maior parte das verbas ao dinheiro da 'troika', cerca de 4400 milhões de euros, ficando os restantes 500 milhões de euros a cargo do Fundo de Resolução, o que obrigará a uma contribuição extraordinária dos bancos que o constituem.
Já os ativos problemáticos do BES, caso das dívidas do Grupo Espírito Santo (GES) e a participação no BES Angola, ficam no chamado 'bad bank'. Este terá uma administração própria, liderada por Luís Máximo dos Santos, segundo o jornal "Expresso", e não terá licença bancária.