A manifestação de sábado pretende ser o "início de uma revolta popular pacífica" contra as políticas "criminosas e de saque" e uma oportunidade para todos dizerem "basta!", garantiu, esta quarta-feira, um grupo de cidadãos numa conferência de imprensa frente ao Parlamento.
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"Este sábado será indiscutivelmente o início de uma revolta popular, mas acima de tudo será um símbolo de indignação de cidadãos pacíficos que dizem 'basta!' e que lutarão apenas com a expressão do seu número na rua e com a expressão da sua força de vontade. Seremos sempre absolutamente pacíficos -- nem o povo português quer outra coisa", afirmou Rui Franco, um dos signatários do apelo "Que se Lixe a Troika! Queremos as nossas Vidas".
Concentrados junto à escadaria da Assembleia da República, em Lisboa, pouco antes de o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, ter ido ao Parlamento explicar e debater os resultados da quinta avaliação da 'troika' ao memorando de entendimento de Portugal, foram várias as vozes que explicaram aos jornalistas os motivos que os levaram a convocar a manifestação de sábado, em várias cidades, contra a austeridade imposta aos portugueses.
"Já todos percebemos que estas medidas não são as que vão resolver nem o défice, nem o desemprego. São também medidas que estão a destruir tudo o que é nosso: a Escola Pública e o Serviço Nacional de Saúde, para não falar das várias privatizações. E por tudo isto é que apelamos às pessoas a saírem à rua no sábado", afirmou Ana Carla Gonçalves à Lusa.
Ana quis deixar bem claro que a ação de protesto no sábado foi convocada por um grupo de cidadãos e cidadãs de "várias áreas de intervenção e quadrantes políticos", que convergem na opinião de que é preciso "fazer algo de extraordinário".
A manifestação, precisou, "começará na Praça José Fontana, vai pela Avenida da República para passa por aquilo que é a sede da 'troika' e vai acabar na Praça de Espanha", por ser um local amplo e "também porque é onde está localizada a embaixada de Espanha", país onde no mesmo dia também decorrem várias manifestações contra as medidas de austeridade e contra a 'troika'.