Marcelo diz que consensos entre PS e atual maioria são inevitáveis a partir de junho
O antigo presidente do PSD Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, este sábado, que é inevitável PS e atual maioria estabelecerem, a partir de junho deste ano, após as eleições europeias, consensos duradouros sobre várias matérias.
Corpo do artigo
"Qualquer que seja o resultado das eleições que vêm por aí, e a missão dos sociais-democratas é vencer essas eleições, quer as europeias, quer as legislativas, há uma coisa que já toda a gente percebeu, e é o drama de António José Seguro", começou por afirmar Marcelo Rebelo de Sousa, num discurso durante o XXXV Congresso do PSD, no Coliseu dos Recreios de Lisboa.
"Até António Costa já percebeu, o que é um problema, porque percebeu muito antes de António José Seguro: é que vai ser necessário haver consensos duradouros no futuro próximo", completou o antigo presidente do PSD, considerando que isso terá de ser feito "entre junho de 2014 e a primavera de 2015".
Segundo o comentador político, terá de haver necessários entendimentos, não só sobre o défice e a dívida, mas sobre matérias como o papel e a organização do Estado, o setor social e o setor privado, organização do Estado, sobre políticas de crescimento e de emprego e políticas sociais: "Vai ser i-ne-vi-tá-vel, seja quem for Governo, seja quem for oposição".
Admitindo que seja difícil ao secretário-geral do PS, António José Seguro, estabelecer acordos com a atual maioria PSD/CDS-PP antes das europeias de 25 de maio, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "logo a seguir às eleições, vai ser preciso tratar desse dossiê sério".
"Há que ter a frieza de pensar no país e de perceber que não há razões eleitorais que levem a que não se sentem à mesa e ajustem o que têm a ajustar", apelou, defendendo que "há condições para não ter de se improvisar consensos no final de 2015 e começo de 2016, porque isso já tem custos financeiros, custos económicos e custos políticos".
Marcelo Rebelo de Sousa sustentou que António José Seguro cometeu um erro e perdeu uma oportunidade para mostrar autoridade interna e externa ao não definir "zonas de consenso" com a atual maioria.
"E agora tem uma nova oportunidade, imaginando que consegue escapar às diatribes do Paulo Rangel [cabeça de lista da maioria PSD/CDS-PP às eleições europeias]", sustentou, concluindo: "Não pode perdê-la outra vez".
Marcelo Rebelo de Sousa referiu que viabilizou vários orçamentos e concertou a política externa com o Governo do PS quando liderou o PSD. "Se foi mau para mim? É mais importante o país. Os líderes passam, e o país fica".