<p>"O caos na prescrição informática" médica instalou-se desde 1 de Novembro, altura em que ocorreu a mudança de códigos dos exames no sistema informático de Saúde. As críticas são do Sindicato Independente dos Médicos.</p>
Corpo do artigo
Em vigor desde 1 de Outubro, a nova tabela de Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica - tabela que permite a comparação imediata de procedimentos e de preços entre os actos complementares de diagnóstico e terapêutica e os procedimentos da tabela do Serviço Nacional de Saúde (SNS) - ainda não reúne consenso.
Prova disso é a inadaptação dos médicos de família dos centros de saúde do país à nova tabela, que "andam aos papéis" e são submetidos a uma "incrível perda de tempo", pode ler-se numa nota divulgada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM).
A nova tabela de Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica, onde podem ser consultados os códigos alterados, condiciona os médicos , aponta o SIM, através da nota. A cargo dos prestadores privados que integram a rede nacional de prestação de cuidados de saúde, esta nova organização dos meios complementares está a deixar os médicos à deriva nos centros de saúde de todo o país. "Estão literalmente aos papéis, à procura das novas designações e códigos de exames, tendo aparentemente alguns pura e simplesmente desaparecido", ressalva-se na nota.
A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), por seu lado, já veio garantir que as alterações no seu Sistema de Informação (SAM) foram realizadas, tendo igualmente informado os restantes fornecedores de software, para os Cuidados Primários, da aplicação da nova tabela de MCDT's.
Apesar de a ACSS não ter admitido qualquer tipo de erros, o SIM denuncia que os médicos ficaram "desprovidos" de apoio rápido, como o eram os perfis de prescrição consoante patologias, grupos de risco e sistema, o que conduz à perda da produtividade, realça a nota, ao colocar em causa o próprio tratamento nos Centros de Saúde, condicionado pelas alterações danosas.
E se, por um lado, se assiste a esta confusão nos centros de saúde nacionais, por outro, há uma quantidade "relevante" de extensões de centro de saúde que trabalha sem qualquer acesso a um sistema informático, pode ler-se na proposta de plano de desempenho" dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES).
Os especialistas, após um diagnóstico à cobertura nacional de sistemas de informação de apoio aos profissionais de saúde, concluíram que ainda existem 14 centros de saúde (sete ACES) sem instalação de Sistema de Apoio Médico.