MEP critica manutenção de TGV entre Lisboa e Caia e saúda reformas na administração e na Justiça
O MEP criticou, quinta-feira, o facto de o plano de assistência financeira a Portugal deixar em aberto os troços do TGV Lisboa/Poceirão e Poceirão/Caia, congratulando-se com as reformas administrativas e da Justiça e o apoio a trabalhadores independentes desempregados.
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Num comunicado enviado à agência Lusa, o presidente do MEP, Rui Marques, afirma que "há muito" do plano acordado com a 'troika' que "ainda não se conhece e cujas especificações poderão agravar significativamente" as suas consequências e acusa o Governo de ter uma "preocupação desmedida em dar uma imagem benévola do programa, com se nada de grave trouxesse para a vida dos portugueses".
O presidente e fundador do MEP critica ainda que, em relação ao TGV, só se refira "a suspensão do troço Lisboa/Porto ignorando o impacto do Poceirão/Caia e Lisboa/Poceirão".
Rui Marques discorda ainda do "aumento do IVA nos escalões mais baixos pelo provável impacto que poderá ter nos bens essenciais que constituem o cabaz de compras das famílias mais pobres", considera "exagerada" a dimensão das reduções das deduções fiscais com a saúde e a educação e a "redução do apoio ao transporte de doentes, no valor de um terço da despesa actual".
Num documento onde diz "temer" as consequências recessivas do plano, o presidente do MEP diz, no entanto, concordar com várias medidas implicadas no empréstimo de 78 mil milhões de euros a Portugal, como a "protecção social no desemprego para trabalhadores independentes", a reforma na Justiça, "com o objectivo de recuperar atrasos e garantir um funcionamento célere", ou da administração pública.
Marques aponta ainda a suspensão de novas parcerias público-privadas (PPP) e a reavaliação das existentes e o alargamento do processo de consolidação orçamental como medidas positivas.