O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, assegurou, esta sábado, que não se sente ameaçado, depois da manifestação de protesto que enfrentou sexta-feira, na Covilhã, e que vai continuar a apostar no diálogo social.
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"Não me sinto ameaçado, sempre manifestei abertura ao diálogo e foi assim que consegui o acordo de concertação social, que serviu de base a importantes reformas estruturais", disse Santos Pereira aos jornalistas, à margem da inauguração da Feira Internacional de Artesanato (FIA), em Lisboa.
Na sexta-feira, o governante visitou o Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã e foi confrontado, no final, com algumas dezenas de manifestantes que o insultaram e bloquearam a passagem do automóvel em que seguia.
"De um modo geral, tenho sido bastante acarinhado nas visitas que faço a feiras e fábricas; de um modo geral, as pessoas percebem as reformas estruturais que estamos a fazer", disse aos jornalistas.
Santos Pereira considerou, no entanto, natural a existência de protestos, tendo em conta "o desemprego bastante elevado e a grande incerteza a nível internacional".
O ministro da Economia iniciou a visita à FIA em passo apressado, sempre acompanhado do presidente do conselho geral da Associação Industrial Portuguesa - Câmara de Comércio e Indústria, Rocha de Matos, mas depois optou por uma postura mais descontraida, tirando o casaco do fato e arregaçando as mangas da camisa, para completar o passeio, que durou cerca de hora e meia.
Álvaro Santos Pereira entrou em muitos dos espaços de exposição, provou doces e licores regionais, perguntou pormenores sobre o artesanato exposto, desde os bordados à ourivesaria, escutou os artesãos e recebeu alguns presentes.
O governante não se fez de rogado a alguns petiscos, como o tradicional queijo da serra, que fez questão de servir aos jornalistas que o acompanhavam.
Nem fugiu aos cumprimentos de alguns visitantes que lhe dirigiram palavras de incentivo.
"Esta feira mostra bem os produtos tradicionais que temos. É importantíssima para fomentar a internacionalização dos mesmos, e um maior conhecimento do nosso país", concluiu, considerando que o artesanato também pode ser uma forma de combater o desemprego.