O ministro das Finanças voltou a colocar completamente de parte, esta quarta-feira, a hipótese de Portugal reestruturar a sua dívida, como deve acontecer com a Grécia, garantindo que em causa estaria a capacidade do Estado de pagar salários e pensões.
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"O que está em causa na ilusão, na miragem da reestruturação da dívida é a interrupção do financiamento do país, da capacidade de Portugal de aceder a bens e serviços fundamentais e até a continuidade da nossa capacidade para pagar salários e pensões. Uma situação deste tipo não pode de maneira nenhuma ser considerada como uma alternativa viável", afirmou Vítor Gaspar.
O governante respondia ao deputado do PCP Honório Novo, durante a sua audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, que acusou o Governo de estar a levar o país até ao caminho da Grécia e de estar ao adiar a possibilidade de reestruturação da dívida agora, arriscar a ser obrigado a fazê-lo em muito piores condições mais tarde, como a Grécia.
Vítor Gaspar, defendeu que a reestruturação iria implicar a saída do mercado do país, algo que podia durar uma década.
O ministro recusou ainda que o caminho de austeridade traçado na proposta de lei do Orçamento do Estado para 2012 seja uma escolha política, recusando que a via expansionista seja viável, mais uma vez socorrendo-se da via expansionista tomada em 2009 pelo Governo de José Sócrates.