O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, rejeitou, esta quarta-feira, no Parlamento, qualquer "desmantelamento de ministério" ou "guerra de capelinhas dentro do Governo" por causa da gestão dos fundos do QREN.
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"O Governo não iniciou o desmantelamento de qualquer ministério e também não corrobora nenhuma visão de que o Conselho de Ministros tenha evidenciado uma luta entre seguidores de ministros, isso não existe no Governo, nem há desmantelamento de ministérios, nem há nenhuma guerra de capelinhas dentro do Governo, e terei oportunidade de mostrar isso durante este debate", afirmou Passos.
O chefe do Governo falava durante o debate quinzenal na Assembleia da República, depois de questionado pelo líder do BE, Francisco Louçã, sobre alegadas disputas entre "alvaristas" e "vitoristas" no seio do Executivo devido à gestão dos fundos comunitários e sobre um "desmantelamento de dois superministérios", referindo-se aos ministérios da Economia e do Ambiente.
Antes, o coordenador do BE tinha ironizado sobre o 'suspense' do Conselho de Ministros desta quarta-feira, que aprovou a criação da comissão que vai gerir o QREN e que terá o Ministério das Finanças a liderar o grupo interministerial, e sobre os "episódios tão gratificantes" da semana passada, numa referência à alegada polémica com as verbas comunitárias e possibilidade de demissão de Álvaro Santos Pereira.
"Para o país, a divisão governamental entre alvaristas e vitoristas não tem nenhuma importância, nenhuma, não queremos saber, do que queremos saber é de como é que são utilizados os fundos, não para engenharia financeira, mas para a criação de emprego, para a resposta ao problema que o seu Governo tem acentuado", defendeu Francisco Louçã.
O líder bloquista acusou Passos de ser responsável por "120 mil novos desempregados desde que tomou posse" e criticou que a resposta sejam "estágios em vez de empregos".
No final da sua intervenção, Francisco Louçã manifestou preocupação com o que disse ser o "desmantelamento" da RTP "para conduzir à sua reprivatização" e assegurou que o BE irá "defender os serviços públicos, porque eles fazem parte do futuro" do país.