O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou, na quarta-feira, que Portugal não seguirá a decisão do Governo grego de realizar um referendo sobre o plano de resgate europeu e apelou à união dos portugueses.
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À entrada para uma reunião do Conselho Nacional do PSD, num hotel de Lisboa, Passos Coelho considerou que "é evidente" que esta decisão do governo grego tem um efeito de contágio "ao conjunto dos países europeus" e torna em parte inúteis "os resultados" das últimas cimeiras europeias.
"Espero que Portugal se possa aplicar ainda com mais determinação para mostrar à União Europeia e ao mundo que nós não seguiremos estes exemplos. Não queremos ser confundidos com o que se está a passar na Grécia, e isso depende inteiramente de nós", disse.
Passos Coelho acrescentou que, "quanto mais incerto e arriscado é o ambiente externo, mais Portugal precisa de se mostrar unido, coeso, a executar o seu programa sem falhas", mostrando "que honra os seus compromissos externos".
O primeiro-ministro reforçou esta mensagem, afirmando: "Somos vulneráveis àquilo que se passa lá fora, mas, por essa razão, porque não determinamos aquilo que se passa à nossa volta, não podemos falhar naquilo que depende de nós".
Sem pôr em causa "a legitimidade do governo" grego para referendar o plano de resgate europeu, o primeiro-ministro considerou que essa decisão lançou "uma instabilidade muito grande em todos os mercados financeiros, em toda a União Europeia".
Segundo Passos Coelho, "os resultados" das últimas cimeiras europeias "terão com certeza utilidade para futuro, mas uma parte dessa utilidade esboroou-se com esta decisão do governo grego".
O efeito de contágio dessa decisão "não é só a Portugal, é ao conjunto dos países europeus", mas esta "envolvente externa bastante incerta" é penalizadora, "em particular para a Irlanda e para Portugal", acrescentou.
"Os juros da dívida pública em Portugal a dois anos hoje excederam os 20%", apontou, concluindo que esta "é uma situação que só pode preocupar toda a gente".