O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou esta segunda-feira que "ninguém entenderia" se o presidente da República não dissolver o parlamento e convocar eleições legislativas antecipadas, porque o país vive "uma situação insustentável".
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"Dissemos com grande franqueza ao senhor presidente que se deixasse tudo como está (...) ficaria comprometido com as consequências do prosseguimento desta política de desastre que temos pela frente", afirmou Jerónimo de Sousa.
O líder comunista falava aos jornalistas após uma audiência de pouco mais de meia hora com o presidente da República, no Palácio de Belém, em que esteve acompanhado pelos dirigentes Jorge Cordeiro e Fernanda Mateus.
Na opinião do secretário-geral do PCP, "ninguém entenderia, por muitos exercícios e malabarismos que sejam feitos, que a decisão do senhor presidente da República não seja a de dissolver a Assembleia e convocar eleições".
Jerónimo defendeu que esta é uma decisão que "se exige e se reclama tendo em conta a situação deste Governo, que está inevitavelmente enfraquecido e derrotado", além de "uma situação insustentável no plano económico e social".
"Estivemos aqui há sete meses e afirmámos claramente que estaríamos a caminhar para o desastre ao continuar esta política, este pacto de agressão, e passados sete meses a vida deu razão ao PCP", assinalou.
O líder do PCP sublinhou ainda que as demissões de Vítor Gaspar e Paulo Portas foram "uma afirmação clara" do "falhanço da política económica e financeira" do executivo e defendeu que "dar a palavra ao povo não é dramático" mas "um exercício democrático".
Questionado sobre quando devem acontecer as eleições, Jerónimo de Sousa não quis apontar nenhuma data e considerou que primeiro é preciso ver "se se concretiza esse grande objetivo que é a dissolução" da Assembleia da República.
"A questão primeira e principal é haver a decisão de demitir o Governo, dissolver a Assembleia e marcar novas eleições, esta é que é a questão urgente e de fundo", afirmou o comunista, que adiantou que o PCP está disponível para uma eventual futura ronda do chefe de Estado com os partidos para discutir o assunto.
Já sobre as posições que o presidente da República transmitiu no encontro, o secretário-geral do PCP disse ter ido a Belém "para responder ao presidente da República e não para perguntar".
"Não quero fazer nenhum juízo, essa é uma pergunta que compete ao presidente responder", concluiu.
