A primeira comissão parlamentar decidiu, esta quarta-feira, ouvir o presidente do Conselho de Fiscalização dos Serviços de Informações, Marques Júnior, e só depois tomar uma decisão sobre a audição pedida pelo antigo director do SIED, Jorge Silva Carvalho.
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Contudo, todos os partidos concordaram que Jorge Silva Carvalho - visado numa notícia do Expresso a propósito de ter alegadamente fornecido informações secretas à Ongoing - devia ser ouvido, mas nunca antes do Conselho de Fiscalização dos Serviços de Informações.
No final, o presidente da Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Fernando Negrão, considerou que os partidos tiveram "uma atitude sensata" e que irá saber junto de Marques Júnior se corre algum inquérito a propósito de fugas de informação, como foi solicitado pelo primeiro-ministro, e depois pedir a presença do mesmo perante a comissão.
O antigo director do Serviço de Informações Estratégias de Defesa (SIED) negou ter fornecido informações sigilosas à empresa Ongoing e pediu uma audiência à Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdade e Garantias para prestar esclarecimentos.
O caso noticiado pelo semanário relaciona-se também, nomeadamente, com um alegado pedido de informações aos serviços secretos, por parte de elementos do Governo, sobre Bernardo Bairrão, ex-administrador da TVI que chegou a ser indicado para secretário de Estado da Administração Interna mas que não chegou a tomar posse. O Governo desmentiu logo a notícia.
Segundo o Expresso, o ex-diretor do SIED terá passado informações para a empresa Ongoing antes de abandonar a chefia dos serviços, em Novembro de 2010.
Entretanto, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, solicitou ao secretário-geral dos Serviços de Informação da República a realização de um inquérito para "apurar e esclarecer quaisquer factos relacionados" com alegadas fugas de informação naqueles serviços, noticiadas pelo Expresso.