O Partido Ecologista "Os Verdes", no encerramento do debate da sua moção de censura ao Governo, comparou o executivo PSD/CDS-PP a um circo, afirmando que o "número dois" da coligação, Paulo Portas, é um "ministro de revogabilidade especial".
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"Parece a chegada de um circo à cidade - pela primeira vez em Portugal, 'aí vem o maior espetáculo do Mundo'", ironizou o deputado ecologista José Luís Ferreira, justificando a apresentação da moção de censura como "um imperativo democrático, de natureza obrigatória".
O parlamentar do PEV disse que o seu partido "assumiu as suas responsabilidades, a sua obrigação ética e política para que a Assembleia da República tomasse posição sobre a degradante condição do país".
"Houve um apodrecimento do Governo, com os caricatos e lamentáveis episódios que se seguiram à demissão do ministro de Estado e das Finanças", continuou, criticando a "falta de credibilidade" de um executivo "moribundo e a cair aos bocados", que "está fora de prazo, caducou".
Sobre a "decisão irrevogável" de demissão do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, o deputado do PEV apontou também a instabilidade e falta de coesão patenteada pela coligação.
"É um governo que vive com o coração das mãos porque, a qualquer momento, pode vir daí uma decisão irrevogável. Paulo Portas é o tal ministro de revogabilidade especial", afirmou.
José Luís Ferreira acusou ainda o executivo de não conseguir sequer "apresentar um Orçamento do Estado dentro do quadro constitucional".
"O Governo já foi censurado pelo próprio Presidente da República, que lhe encurtou a validade", disse, concluindo que "nunca se assistiu a um balançar tão incerto do regular funcionamento das instituições democráticas" e que tal é "permitido" por Cavaco Silva.