Passos Coelho diz que "escolhas difíceis" "salvam" proteção social dos reformados
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, justificou este sábado as "escolhas difíceis" que atingem os reformados com a necessidade de garantir a sustentabilidade dos mecanismos de proteção social, recusando que "qualquer miopia de curto prazo" os ponham em causa.
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"Não vou negar que são escolhas muito difíceis. O que estamos a fazer para garantir o futuro da proteção social, a todos os níveis, corresponde de facto a escolhas difíceis para todos. Mas são indispensáveis para assegurar, com a maior equidade possível, a sustentabilidade dos mecanismos que garantem direitos de que não podemos prescindir", justificou o primeiro-ministro.
Pedro Passos Coelho discursava no penúltimo dia de um ciclo de debates sobre o envelhecimento, designado Congresso da Grande Idade, que terminou este sábado na FIL, Lisboa.
O primeiro-ministro considerou que a proteção social dos que terminam a vida profissional é "merecida e inegociável", mas apontou que os sistemas de proteção social que foram construídos ao longo dos anos "veem agora os seus pressupostos ser questionados".
"A sustentabilidade tornou-se, ou tem de se tornar, numa palavra-chave. Não podemos permitir que a irresponsabilidade, ou qualquer, miopia de curto prazo, ponham em causa para o futuro estas estruturas de segurança social de que dependem as vidas dos atuais e dos futuros reformados", advertiu.
"É nossa obrigação salvá-las e o tempo para as salvar chegou agora", justificou.
O primeiro-ministro disse que o Governo é forçado a agir face aos "desequilíbrios demográficos" e às "desproporções financeiras", em nome "de um futuro que não está muito distante".
No caso português, acrescentou, os fatores que põe em causa os sistemas de proteção existentes "são agravados por uma crise económica e financeira, provocada, entre outras razões, pelo adiamento das mudanças que se impunham e pelo recurso ao endividamento generalizado".