
O primeiro-ministro considerou, esta segunda-feira, que "o futuro da Europa não está estritamente" ligado à eleição de François Hollande em França, mas "à vontade dos líderes europeus", e que "o caminho da consolidação orçamental não está em causa".
"A eleição de um novo presidente da República em França é evidente que traz mudanças, desde logo para a França, que seguirá uma linha política diferente, não vou fazer comentários sobre isso, como se compreende", declarou Pedro Passos Coelho aos jornalistas, à entrada para a sessão de entrega do prémio Leya 2011, no Palácio das Galveias, em Lisboa.
O candidato do PS francês, François Hollande, venceu as eleições legislativas de domingo com cerca de 52% dos votos, derrotando o candidato presidente Nicolas Sarkozy, que conseguiu um resultado de aproximadamente 48%.
"Julgo que o futuro da Europa não está estritamente ligado à eleição francesa, mas à vontade dos líderes europeus, em primeiro lugar, de aprofundarem o mercado interno, em segundo lugar, velarem pelo cumprimento das suas metas orçamentais, e em terceiro, garantirem que farão as reformas que são necessárias para que o crescimento possa regressar à Europa", defendeu Passos.
O chefe do Governo lembrou que na mensagem de felicitação que enviou a Hollande se dispôs, como é sua "obrigação", a "colaborar muito proximamente" com o novo presidente da República francesa: "Como chefe do Governo português há muitas matérias em que, quer do ponto de vista bilateral, quer europeu, precisamos de estar de acordo e conversar".
J á questionado sobre se com esta eleição em França espera mudanças em relação à ratificação do novo tratado intergovernamental, Passos ripostou que "todo o caminho que a Europa tem vindo a fazer nos últimos anos é em primeiro lugar o do reconhecimento das suas próprias dificuldades" e considerou que "o caminho da consolidação orçamental não está em causa".
"O Tratado de Lisboa era incompleto no que respeitava à existência de mecanismos que permitissem combater o risco sistémico e encarar situações de crise económica e financeira mais graves, o tratado orçamental é uma resposta a essa incompletude e nesse sentido ninguém pensa com certeza que o futuro da Europa se pode fazer com mais dívida e com mais défice", acentuou.
