"Ao contrário daquilo que é o jargão popular de que, quem se lixa é o mexilhão, na verdade, na crise que atravessamos, todos contribuíram". As palavras são do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que defendeu esta sexta-feira, em Braga, num seminário sobre economia social organizado pela União de Misericórdias, que quem contribuiu mais, em altura de crise social, "foi quem tinha mais" e não "os mesmos de sempre".
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O primeiro-ministro contestou que a crise tenha acentuado as desigualdades sociais e a distribuição da riqueza e afirmou, mesmo, que "houve até tendência para corrigir algumas delas". "Muitas pessoas, que nunca pensaram que fossem chamadas, tiveram contribuição progressiva para a resolução da crise", afirmou, defendendo que é necessário conseguir mais mobilidade social, "porque é isso que permite ter riqueza mais bem distribuída".
Neste processo, Passos Coelho destacou a "relevância" das instituições sociais, porque "além de terem uma implementação em todo o território muito elevada", conseguiram "chegar a quase todos os setores".
Segundo o primeiro-ministro, são elas quem "conhece os que têm rendimentos mais elevados e aqueles que estão na base e não têm alternativa digna de vida que não seja a oferta destas instituições".
Não querendo "desresponsabilizar" o papel que o Estado tem no terceiro setor, Passos Coelho alertou, contudo, que "as instituições precisam de procurar soluções inovadoras, que tragam melhores respostas".