Passos Coelho diz que "seria natural" PSD e CDS-PP irem coligados às legislativas
O primeiro-ministro e presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, considerou, esta quinta-feira, que "seria natural" o seu partido e o CDS-PP irem coligados às legislativas, mas ressalvou que ainda não falou sobre isso com Paulo Portas.
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Em entrevista à TVI e à TSF, questionado se PSD e CDS-PP irem coligados às legislativas é uma possibilidade, Pedro Passos Coelho respondeu: "Acho que não se pode encarar com estranheza. Seria natural que assim acontecesse, mas não estou com isto a dizer que é isso que vai acontecer".
"Eu não vejo nenhuma necessidade de estar a criar problemas ao doutor Paulo Portas [presidente do CDS-PP e vice-primeiro-ministro], como ele seguramente não vê nenhuma necessidade de estar a criar problemas ao líder do PSD. Ora, nós não conversámos sobre isto e, portanto, não tomámos nenhuma decisão relativamente a esta matéria que fôssemos propor aos nossos partidos", ressalvou, em seguida.
O presidente do PSD acrescentou que ele e Paulo Portas haverão de falar sobre isso, "com certeza" e que essa "é uma questão com certeza que os partidos ponderarão a seu tempo", reiterando que a possibilidade de uma coligação pré-eleitoral "pode acontecer".
"As eleições em 2015 serão objeto com certeza de atenção partidária a seu tempo, não é agora", referiu.
Quanto às eleições europeias, Passos Coelho escusou-se a confirmar se Paulo Rangel vai ser o cabeça de lista da maioria, remetendo este assunto para depois do Congresso do PSD de 21, 22 e 23 de fevereiro.
A este propósito, referiu que o compromisso estabelecido com o CDS-PP de haver uma lista conjunta às europeias será levado ao Congresso do PSD: "Tenciono propor ao Congresso do meu partido - e julgo que o doutor Paulo Portas tenciona fazer o mesmo relativamente ao CDS-PP - que haja uma lista conjunta dos dois partidos".
Passos Coelho apontou como "primeira obrigação" para a campanha das europeias combater a abstenção, defendeu que é preciso trazer o debate sobre a Europa para essas eleições e admitiu que os partidos que apoiam o Governo sejam penalizados: "Julgo que isso é possível e compreensível até, espero que não aconteça".
No final desta entrevista, referiu-se ao ex-presidente da Câmara Municipal do Porto Rui Rio, apontado como possível futuro candidato à liderança do PSD, como "um militante prestigiado do PSD" e "um ativo importante para o PSD".
"Não sei se tenciona algum dia candidatar-se à liderança do PSD ou não, isso é uma matéria que cabe a ele decidir, não é a mim que cabe comentar", observou.
Passos Coelho declarou ter "muito orgulho" em que sociais-democratas sejam vistos "como figuras de relevo" e prometeu que, no que depender da sua escolha, Rui Rio "não será desaproveitado nem dentro do PSD nem fora do PSD".