O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse esta sexta-feira esperar um "debate informado e sereno" na campanha eleitoral para as eleições europeias de 25 de maio, comentando que "é possível defender com convicção as suas ideias sem ser agressivo".
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Numa conferência de Imprensa após um Conselho Europeu, em Bruxelas, Passos Coelho, questionado sobre se os elogios que deixara minutos antes à eurodeputada socialista Elisa Ferreira, pelo trabalho desta no acordo sobre o mecanismo único de resolução bancária, era já uma resposta ao apelo do presidente da República no sentido de uma campanha sem crispação partidária, disse que se tratou de "um elogio merecido, apenas isso", mas concordou que o debate nos próximos meses deve ser sobretudo "informado".
"Não tive nunca na minha vida nenhuma dificuldade em agradecer ou elogiar o trabalho muito positivo que é realizado por outras pessoas, sejam do meu partido, sejam de outros partidos, seja por pessoas portuguesas ou de outras nacionalidades. Calhou, nesta caso, tratar-se de uma deputada portuguesa, embora do PS, que teve de facto uma intervenção muito relevante neste dossier", começou por referir.
Quanto à mensagem deixada pelo presidente da República, comentou que "todas as eleições devem ser oportunidade para um debate informado e sereno".
"Isso não significa que todos os intervenientes não possam defender com convicção as suas ideias, e isso, por vezes, é confundido com alguma agressividade. É possível defender com convicção as suas ideias sem ser agressivo", sustentou.
Passos Coelho defendeu que é preciso "ter sobretudo um debate informado para as eleições europeias, porque esta é a talvez a primeira vez em que se realizam eleições à escala da União Europeia a seguir a uma crise tão profunda que afetou a generalidade da UE", sendo também "a primeira vez que um debate destes ocorre a seguir à alteração do Tratado de Lisboa".
O primeiro-ministro fez por isso votos para que se discuta "a participação de Portugal na construção da UE", e "a UE como um todo para os próximos anos", e disse acreditar "que todos os intervenientes nesse debate não o esquecerão".
Na quarta-feira, o presidente da República apelou a uma campanha eleitoral para o Parlamento Europeu "esclarecedora, serena e elevada", sublinhando que um agravamento da crispação partidária poderá prejudicar entendimentos que se venham a revelar indispensáveis no futuro".
"A campanha eleitoral e o sufrágio do dia 25 de maio irão decorrer num momento muito complexo da vida nacional. Em breve, Portugal tem de definir com clareza que linha de rumo irá seguir após a conclusão do programa de assistência económica e financeira. A campanha eleitoral deve, pois, decorrer de uma forma esclarecedora, serena e elevada", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, numa comunicação ao país a propósito das eleições europeias que se vão realizar a 25 de maio.