Passos Coelho mudou três secretários de Estado e criou uma nova pasta em 16 meses
O primeiro-ministro alterou três secretários de Estado e criou uma nova secretaria em 16 meses de governação, tendo acontecido esta quinta-feira a segunda mudança no elenco governamental e a maior no executivo PSD/CDS-PP.
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Sem ainda ter mudado qualquer ministro, desde que assumiu funções em junho de 2011, Pedro Passos Coelho tem "resistido" por mais tempo do que os antecessores José Sócrates e Pedro Santana Lopes a mudanças profundas nos 11 ministérios do seu executivo.
A primeira "baixa" no executivo de Passos Coelho registou-se a 12 de março de 2012, quando o ex-secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, apresentou a demissão alegando motivos de "índole pessoal e familiar", uma saída que a oposição viu como uma "cedência" do Governo aos "interesses instalados" do setor energético.
A segunda alteração no elenco governamental aconteceu esta quinta-feira e atingiu três secretarias de Estado: Francisco José Viegas saiu da Cultura por razões de saúde, sendo substituído por Jorge Barreto Xavier, e Isabel Silva Leite deixou, a seu pedido e por motivos pessoais, o Ensino Básico e Secundário, pasta que passará para Henrique Dias Grancho.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, decidiu ainda separar as pastas das Finanças e do Tesouro, criando uma nova Secretaria de Estado das Finanças, ocupada pelo vice-presidente do PSD Manuel Luís Rodrigues, mantendo-se Maria Luís Albuquerque como secretária de Estado do Tesouro.
Nos governos anteriores, liderados por José Sócrates e Santana Lopes, as primeiras remodelações surgiram ao fim de quatro meses, no primeiro caso por motivos "pessoais, familiares e de cansaço" do ex-ministro das Finanças, Campos e Cunha. No segundo caso, uma "mini-remodelação" ao nível de secretarias de Estado provocou uma crise política que culminaria na demissão do Governo de Pedro Santana Lopes.