Passos Coelho preocupado em evitar "associação de ideias" entre as situações de Portugal e Grécia
O primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho disse que deixou esta quinta-feira, na sua estreia em Conselhos Europeus, em Bruxelas, "uma mensagem muito clara" no sentido de evitar qualquer "associação de ideias" entre as situações de Portugal e Grécia.
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Falando no final do primeiro dia de trabalhos da reunião de Bruxelas, dominada pela situação da Grécia, Passos Coelho afirmou que, também por se tratar da sua primeira participação numa cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, deixou a todos os seus parceiros uma "mensagem muito clara do compromisso do novo Governo português" em executar o programa de assistência financeira.
"Era muito importante para Portugal que não houvesse uma associação de ideias" entre a situação que Portugal e Irlanda conhecem e aquela, complexa, que a Grécia atravessa, justificou.
Passos Coelho manifestou-se também por isso satisfeito com a declaração aprovada pelos líderes europeus, que em seu entender também "separa claramente" as situações, o que considerava "muito importante".
Na declaração, os líderes europeus saúdam "o forte compromisso do recém-eleito Governo português em implementar integralmente o seu programa de reformas".
O novo primeiro-ministro indicou que também sublinhou o facto de haver em Portugal as "condições políticas" para a execução do programa de reformas, pois não só há um Governo estável de maioria, como o PS, principal partido da oposição, também suporta o programa negociado com UE e FMI.
Por fim, Passos Coelho afirmou-se igualmente satisfeito com o que classificou como um "clima de confiança que se gerou" entre os 27 quanto a uma solução para o "problema grego", com os líderes europeus a mostrarem a sua vontade de se poder vir a avançar com um novo programa para a Grécia, condicionando-o à aprovação do novo pacote de médio prazo que será votado pelo parlamento grego na próxima semana.