PCP acusa Governo de querer destruir carácter "universal e solidário" da Segurança Social
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou, este sábado, o Governo PSD/CDS de querer destruir o carácter universal e solidário da Segurança Social e de cinismo por apresentar "medidas sociais" depois de criar pobres.
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Jerónimo de Sousa, que falava num comício do PCP na Trofa, afirmou que o Governo "é cínico" pois "cria os pobres" para "depois dizerem que têm pena deles e que os apoiam".
O líder do PCP falou ainda em hipocrisia da coligação de direita por se "apresentar ao país como portadora da mais genuína preocupação humanista" depois das "medidas restritivas" e da "política de empobrecimento" a que, disse, "conduzem Portugal".
Referindo-se a uma entrevista do primeiro-ministro, que será publicada no domingo pelo jornal Correio da Manhã, na qual Pedro Passos Coelho afirmou que receberá "sensivelmente metade" da pensão que poderia receber antes de 2007, Jerónimo de Sousa acusou o Governo de "visar a destruição" da Segurança Social.
"Pedro Mota Soares anunciou uma nova reforma na Segurança Social visando a sua destruição e a destruição do seu carácter universal e solidário", afirmou, referindo-se ao ministro da Solidariedade e da Segurança Social.
Segundo o líder do PCP, "o que Passos não disse" na referida entrevista foi que "eliminando os maiores descontos para a Segurança Social ela ficará reduzida a uma segurança social não solidária e não universal, mas uma Segurança Social para os pobrezinhos colocando em causa esse direito universal às novas gerações".
O secretário-geral comunista afirmou ainda que "está em curso uma tentativa de anular uma das mais importantes conquistas de Abril": a semana das 40 horas de trabalho.
"Fazendo as contas, no conjunto são 20 dias de trabalho à borla por ano que concretizados se vão traduzir em mais desemprego, em queda dos valores do trabalho e dos salários", explicou.
Segundo o líder comunista, o objectivo do Governo é "obrigar os trabalhadores a trabalhar mais tempo, ganhando menos e sem direitos" pelo que, apelou, "a luta tem que ir mais longe".
"Ou o povo se português se conforma com a destruição do seu presente e futuro ou se levanta e ergue barreiras contra estas medidas", avisou.
Já sobre o Orçamento de Estado para 2012, Jerónimo de Sousa considerou que o PS "fez de almofada" ao Governo de direita ao abster-se na votação do documento.
Para o líder comunista, "este orçamento é regressivo no plano social e económico" traduzindo o "conteúdo anti-social do pacto de agressão violador" da soberania nacional, assim como do "direito inalienável ao progresso".
Jerónimo de Sousa disse ainda que a "resposta dos trabalhadores" às políticas do Governo "está a ser dada nas ruas", exemplificando com a "magnífica jornada de luta" que representou a greve geral de 24 de Novembro.