A ministra da tutela, Ana Jorge, afirmou que estas críticas "colocam em causa" o Serviço Nacional de Saúde.
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Num debate de urgência sobre política de saúde no Parlamento, marcado pelo PCP, a deputada comunista apontou medidas como a redução em cinco por cento das horas extraordinárias nos hospitais públicos ou a restrição na contratação de profissionais do sector como "cortes cegos".
Medidas que, para os comunistas, foram realizadas "sem ter sido feita uma avaliação das especificidades e das necessidades de cada serviço, ou sem ter em consideração as necessidades de prestação de cuidados de saúde às populações".
Para o PCP, "o Governo mantém uma orientação política de encerramento dos serviços públicos de saúde, por motivos unicamente economicistas".
"Ao mesmo tempo que o Governo impõe restrições ao SNS, continua a transferir verbas directamente do Orçamento do Estado para os hospitais privados de grandes grupos económicos, ao abrigo da ADSE", sublinhou Paula Santos.
Na abertura do debate, a ministra Ana Jorge repudiou o que disse serem "ataques sistemáticos feitos ao SNS", que considerou "um instrumento poderoso de coesão social".
"Aqueles que sistematicamente apresentam um panorama negro do SNS, e que nunca são capazes de valorizar o muito de bom que é feito, percebem que contribuem, ainda que porventura de forma involuntária, para colocar em causa o SNS", disse a ministra.
Ana Jorge destacou que "é preciso não confundir que gerir de forma mais eficiente não é sinónimo de cortes cegos".
"Estamos a apostar, neste contexto difícil e complexo, num conjunto adicional de medidas que, sem colocar em causa a actividade assistencial possam representar um importante esforço de contenção e de combate ao desperdício", referiu.
Na resposta, o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, ripostou que o PCP "não ataca o SNS, mas a política do seu governo", acrescentando que "quem ataca o SNS é a senhora ministra".