A dirigente do PCP Fernanda Mateus afirmou, esta terça-feira, que os "trabalhadores esperam mais do que palavras", numa reação à proposta do ex-presidente da República Mário Soares para que o PS rompa com a troika.
Corpo do artigo
"Registamos as palavras, mas o que os trabalhadores, os reformados e todos aqueles que são duramente atingidos nos seus direitos e condições de vida esperam são atitudes e uma verdadeira rotura de facto com a política e com o pacto de agressão", afirmou Fernanda Mateus, da Comissão Política do PCP.
O antigo presidente da República Mário Soares defendeu, em entrevista publicada esta terça-feira no jornal "i", que o caminho certo para o PS e para o socialismo europeu é cortar com o programa da troika constituída pelo Banco Central Europeu, o FMI e a Comissão Europeia.
"Acho que é esse o caminho. A austeridade, tal como a definem, não tem sentido", afirma Mário Soares, considerando que a obrigação já foi assumida há um ano, mas que "chegou ao fim".
Questionada pela Lusa, Fernanda Mateus considerou que "para além das palavras", o PS "continua a esconder-se em afirmações gerais" e na "prática está a dar cobertura a tudo o que de pior está a ser feito por causa do pacto de agressão. Portanto os trabalhadores esperam mais do que apenas palavras".
"É preciso sublinhar que em nome do pacto está-se a conduzir o país a um empobrecimento generalizado dos trabalhadores e do povo, e para uma espiral de recessão económica e de o desemprego", acrescentou.