PCP insiste na necessidade de "ruptura" e não se identifica com nenhuma intervenção
O líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, não se identificou com nenhum dos discursos proferidos nas cerimónias oficiais do 25 de Abril e argumentou que o rumo do país passa necessariamente por uma "alternativa" e "ruptura" saída das eleições.
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O líder parlamentar comunista falava aos jornalistas após a cerimónia oficial comemorativa do 25 de Abril, no Palácio de Belém, em Lisboa, em que intervieram além do Presidente, Cavaco Silva, os antigos chefes de Estado Jorge Sampaio, Mário Soares e Ramalho Eanes.
"Deve ser o povo português nas próximas eleições a decidir qual é o rumo do país e isso faz-se, do nosso ponto de vista, lutando por uma alternativa, por uma ruptura, e não pela continuidade da mesma política, que é o que tem desgraçado o país", afirmou Bernardino Soares.
Questionado sobre se, à semelhança do líder parlamentar do BE e do líder da central sindical CGTP-IN, também se tinha identificado mais com o discurso de Jorge Sampaio, Bernardino Soares respondeu não se ter identificado "em particular com nenhum destes discursos".
"O discurso com que me identifiquei mais foi com o do Bernardo Sassetti e do Mário Laginha", acrescentou, usando o humor, sobre a dupla de pianistas que interpretou temas de Zeca Afonso, no final da cerimónia.
Sobre o apelo do Presidente, Cavaco Silva, a uma menor crispação, o líder parlamentar do PCP afirmou que "a maior parte da agressividade é entre os partidos que defendem no fundamental a mesma política, porque não é preciso agressividade para defender políticas diferentes".
"É isso que nós fazemos, com frontalidade. Isso é desejável em democracia, defender os nossos pontos de vista e defender que para o país sair da crise em que está não pode ter a mesma política que o levou à situação em que estamos neste momento", sustentou.