O ministro adjunto Miguel Poiares Maduro disse, esta terça-feira, em Bruxelas, esperar uma maior disponibilidade do PS para demonstrar o seu compromisso com o cumprimento do programa de assistência financeira, uma vez concluído o período eleitoral para as autárquicas.
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O ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional, que falava em Bruxelas após uma reunião com o comissário europeu da Política Regional, Johannes Hahn, rejeitou ainda que os resultados das eleições de domingo fragilizem de alguma forma o Governo perante os seus credores internacionais, mas salientou ser necessário agora que "os outros atores políticos e institucionais" se juntem ao executivo e mostrem também o seu compromisso.
"É natural que, no contexto de uma campanha eleitoral, haja uma certa radicalização do discurso político, mas parece-me claro, para todos os portugueses, que a nossa credibilidade internacional é fundamental, e a nossa credibilidade internacional passa por um compromisso alargado com o cumprimento do nosso programa de assistência económico-financeira", disse.
Questionado sobre se espera agora uma maior disponibilidade do PS para dialogar com o Governo no quadro do cumprimento do programa de assistência, Poiares Maduro defendeu que tal "é muito importante", tal como o Governo tem vindo "a dizer e a repetir com frequência".
"O Governo tem feito tudo e tem colocado o país em condições de garantir o cumprimento desse programa de assistência económico-financeira, o que continuamos a fazer, mas esperamos que os outros atores políticos e institucionais no país assumam também esse compromisso, e estou certo que estamos em condições de que isso suceda", declarou.
Já quanto aos resultados das autárquicas, que se saldaram numa derrota do PSD, como assumiu o próprio líder do partido e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, Poiares Maduro comentou que "é absolutamente normal que em eleições que têm lugar no meio de uma legislatura", e sobretudo num contexto em que Portugal tem tomado "medidas difíceis, que impõem sacrifícios importantes à população, que isso possa ter algum impacto eleitoral"
"Não creio que seja a única chave de leitura destas eleições autárquicas, mas sem dúvida que as medidas difíceis que o país tem vindo a adotar, e que tem de adotar no sentido de cumprir o nossos programa de assistência económico-financeira, podem ter algum impacto", sustentou.
O ministro-adjunto rejeita no entanto que o Governo de coligação PSD/CDS-PP tenha perdido credibilidade perante os seus credores internacionais.
"Mas não creio de forma alguma que isso fragilize a posição perante os nossos credores, até porque o Governo - sendo que tem sempre de ter em conta aquilo que resulta de eleições, e as leituras que podem ser feitas a esse respeito - é muito claro e tem sido muito claro no sentido de que o interesse nacional tem de prevalecer, e o interesse nacional claramente é aquele de cumprimos o programa de assistência económico-financeira e de manifestarmos e reforçarmos o nosso compromisso com o cumprimento desse programa de assistência económico-financeira", disse.