A deputada do PSD Teresa Morais considerou "intolerável a continuação da política espectáculo", da "política da ilusão" e da "política da fantasia trinta vezes repetida" face à situação do país, que classificou de "verdadeira emergência social".
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Perante a comissão permanente da Assembleia da República, a deputada social-democrata aludiu às denúncias feitas pelas misericórdias e instituições de solidariedade social e a crescente emigração para defender que o país precisa de uma "nova energia" e não de uma "energia estudada".
"Sabemos bem que não será fácil, mas o país tem de disciplinar as suas contas, controlar a sua dívida, sair da estagnação económica e restaurar a confiança e a credibilidade do Estado. É por tudo o que tem de ser feito com seriedade que é hoje intolerável a continuação da política espectáculo, da política da ilusão, da política da fantasia trinta vezes repetida, verdadeiro insulto à inteligência dos portugueses", disse.
Para Teresa Morais, a "dissimulação, a encenação e a mera retórica" não podem ser "confundidas com política".
"O país precisa de uma nova energia, não a energia estudada estampada à força no rosto, atrás um qualquer biombo, minutos antes de aparecer aos portugueses. Não uma energia forçada, receitada pelo marketing, para disfarçar o desgaste de quem se perdeu no seu próprio labirinto", referiu.
Depois de citar vários responsáveis de misericórdias e instituições de solidariedade social, Teresa Morais traçou o retrato de um país "endividado, empobrecido, com 11% de desempregados, famílias sobrecarregadas de impostos e salários reduzidos".
"O Estado começa a dar sinais de não conseguir desempenhar o seu papel de protecção dos mais vulneráveis e os portugueses, conhecidos pelo seu espírito solidário, têm cada vez menos margem para ajudarem as instituições que tantas vezes substituem o Estado no apoio aos mais desprotegidos", apontou.
O crescimento da emigração foi outra das realidades denunciadas pela deputada do PSD, para quem Portugal "voltou a ser um país de emigrantes".
"Este é o retrato do país que somos em 2011, com mais de seis anos consecutivos de governos socialistas e o fardo insuportável de uma dívida que nos asfixia, nos consome grande parte dos recursos e nos impede de crescer. Como foi possível terem levado o país e este completo esgotamento", questionou.
