O líder do CDS-PP, Paulo Portas, defendeu, quarta-feira, que a negociação com o PSD para a formação de um novo Governo "não pode ser demorada" e vai começar pelo "mais necessário, substantivo e árduo", o programa.
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"É uma negociação que por natureza não pode ser demorada; e que evidentemente começa pelo mais necessário, substantivo e árduo - o programa", afirma o presidente dos democratas-cristãos, numa mensagem colocada hoje de madrugada na sua página da rede social Facebook.
Paulo Portas e Pedro Passos Coelho reúnem-se hoje a partir das 10 horas, na sede dos sociais-democratas, em Lisboa, para dar início às negociações com vista à formação de um novo Governo.
O líder do CDS-PP afirma que estas "conversações" servem para a "definição de um acordo que proporcione a Portugal uma maioria estável para quatro anos" e defende que a negociação "não se compadece com demasiada controvérsia ou exposição pública".
"Parto para todo este processo conhecendo o velho princípio da negociação - nada está acordado até tudo estar acordado - e com a fundada esperança no resultado final. Portugal precisa de um bom Governo. De um Governo forte e de mudança. Disse-o na campanha, mantenho agora. É esse o objectivo pelo qual vale a pena trabalhar", termina Paulo Portas.
Pedro Passos Coelho e Paulo Portas reuniram-se informalmente na terça-feira e definiram o modelo das negociações entre os dois partidos, que juntos formam uma maioria absoluta na Assembleia da República, somando 129 deputados, quando ainda faltam apurar os quatro deputados pelos círculos da emigração.
O PSD venceu as eleições legislativas de domingo com 38,6%, elegendo 105 deputados, o PS obteve 28% (73 deputados), o CDS-PP 11,7% (24 deputados), o PCP 7,9% (16 deputados) e o Bloco de Esquerda 5,2% (oito deputados).
Na segunda-feira, o Presidente da República, Cavaco Silva, reuniu-se com o líder dos sociais-democratas, a quem incumbiu de "desenvolver de imediato diligências" para "propor uma solução governativa" com apoio parlamentar maioritário, a ser comunicada ao Chefe de Estado "antes da publicação do mapa oficial" dos resultados eleitorais.
A publicação do mapa oficial dos resultados só poderá acontecer após o apuramento dos votos da emigração, que serão contados no dia 15 de Junho.