Portugal pode estar "a poucas semanas" de sair oficialmente da recessão, diz Portas
O vice-primeiro-ministro e presidente do CDS-PP, Paulo Portas, afirmou, esta segunda-feira, que Portugal pode estar a "poucas semanas de saber oficialmente que saiu de uma recessão técnica".
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"É possível que Portugal esteja a poucas semanas de saber oficialmente que saiu de uma recessão técnica, que consumiu qualquer coisa como que mil dias muito difíceis" afirmou Paulo Portas.
O vice-primeiro-ministro e líder centrista falava na abertura das jornadas parlamentares conjuntas do PSD e do CDS-PP, que decorrem até terça-feira, na Assembleia da República, em Lisboa.
"Se tivermos dois trimestres a crescer sucessivamente, isso significa sair da recessão técnica, e isto que pode parecer uma coisa tecnocrática, tem uma tradução a prazo na vida das pessoas, é que sair da recessão técnica significa sair gradualmente da crise economia e da fratura social. Não é coisa pouca", defendeu Paulo Portas.
Portas fez uma intervenção de mais de 45 minutos, em que não se referiu ao 'guião' da reforma do Estado, de que é responsável.
O 'vice' do executivo disse que, "para os profissionais da crispação, o facto de Portugal poder sair da recessão técnica aparecerá como uma desilusão".
"Parece-me que eles serão os únicos portugueses a não sentir um módico de alívio e de esperança com o fim do ciclo recessivo, que é especialmente importante, a prazo, para aqueles que estão desempregados, para aqueles que procuram emprego há muito tempo e para aqueles que temem pelo seu emprego", afirmou.
Referindo-se à "tendência de recuperação do desemprego", ainda "ténue", Portas aludiu a uma alegada incapacidade de "alguns na oposição" de não olhar devidamente para "o centro político".
"Para a maioria dos desempregados, por muito que dê vontade de ir a um protesto, muito mais importante do que comparecer a uma manifestação é ter efetivamente oportunidade para encontrar um posto de trabalho", argumentou, falando dois dias depois dos protestos do movimento "Que se lixe a 'troika'" e uma semana depois dos protestos da CGTP-IN.
Portas disse, aliás, que "nunca é demais elogiar e reconhecer o sentido de país, o sentido de nação, e a proporcionalidade e a moderação com que maioria dos portugueses têm sabido enfrentar" as dificuldades.