O enviado especial dos EUA para o encerramento da prisão de Guantánamo, Daniel Fried, afirmou que Portugal deverá receber um "número pequeno" de detidos.
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Em conferência de imprensa, realizada esta sexta-feira em Lisboa, o responsável norte-americano disse ainda que o número de pessoas a receber "depende de Portugal", não tendo as conversações com o Governo português "chegado tão longe ainda" no que refere ao número de ex-detidos que Portugal irá receber.
"Nas próximas semanas continuaremos a falar com o Governo português sobre coisas mais específicas", referiu o enviado especial dos EUA, deixando para essa altura uma conclusão sobre o número de pessoas a acolher por Portugal.
Daniel Fried afirmou ainda que poderão existir fundos norte-americanos para países acolhedores de detidos de Guantánamo, valores "baixos" para "despesas reais", não "para pagar aos países para receber" as pessoas.
De tarde, o enviado especial dos Estados Unidos chefiou uma delegação que reuniu com o Ministério português dos Negócios Estrangeiros, tendo desenvolvido "boas conversações" sobre o papel de Portugal na questão de Guantánamo.
A referida tutela divulgou uma nota afirmando que o caminho para o início de "negociações bilaterais concretas" entre Portugal e os Estados Unidos sobre o acolhimento de ex-detidos do centro de detenção de Guantánamo está aberto.
A nota à imprensa refere que "foi hoje recebida no Ministério dos Negócios Estrangeiros uma delegação dos Estados Unidos da América chefiada pelo Enviado Especial do Presidente dos EUA para o Fecho do Centro de Detenção de Guantánamo", Daniel Fried, concluindo que "ficou assim aberto o caminho para o início de negociações bilaterais concretas com os EUA sobre esta matéria".
A visita de Fried acontece dias depois de a União Europeia ter aprovado uma declaração conjunta com os Estados Unidos para o acolhimento em países europeus de detidos de Guantánamo que sejam ilibados e libertados e não possam regressar aos países de origem.
O acordo, aprovado sem discussão numa reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE no Luxemburgo, destina-se a dar garantias aos países europeus sobre as condições do eventual acolhimento de ex-detidos mas, ao contrário do que pretendiam alguns Estados membros, não compromete os EUA a receberem ex-presos.