A presidente da concelhia de Oeiras do CDS defendeu esta quarta-feira que Isaltino Morais deveria ter acautelado a sua detenção e não deveria ter-se mantido na presidência da câmara "até à última", considerando o gesto "um ato de desespero".
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"Ele devia ter feito alguma previsão disto e não ter-se vitimizado até à última. Foi um ato de desespero", disse à Lusa Isabel Sande e Castro, numa reação à detenção, esta quarta-feira ao início da tarde, do presidente da Câmara de Oeiras.
Para a concelhia do CDS, "esta é uma situação lamentável", nomeadamente para Oeiras, que "fica numa situação de orfandade e com uma herança de má governação".
Por ter sido "um processo tão longo", ele é também, disse, negativo para a Justiça, que fica "descredibilizada", e para o exercício do poder político, no qual, acredita a responsável centrista, as pessoas deixam de confiar.
Isabel Sande e Castro sublinhou que o CDS "lamenta a situação", mas reforçou que o partido entende que "o processo podia ter sido gerido de outra forma", se Isaltino Morais tivesse aceitado a sentença "a seu tempo".
Isaltino Morais, detido esta quarta-feira, foi condenado em 2009 a sete anos de prisão e à perda de mandato autárquico por fraude fiscal, abuso de poder e corrupção passiva para ato ilícito e branqueamento de capitais, num processo relacionado com contas bancárias na Suíça que não teriam sido declaradas ao fisco e ao Tribunal Constitucional.
Posteriormente, por decisão do Tribunal da Relação de Lisboa, viu a sua pena ser reduzida para dois anos de prisão pelos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais e anulada a pena de perda de mandato.
Em 2011, Isaltino Morais chegou a ser detido por menos de 24 horas ao abrigo de um despacho do Tribunal de Oeiras, que considerou que a sua condenação tinha transitado em julgado.
Na semana passada, o presidente da Câmara de Oeiras disse à Lusa estar "tranquilo" em relação ao desfecho do processo judicial por ter consciência de que não cometeu qualquer crime.