A presidente da Federação Distrital do PS/Setúbal, Madalena Alves Pereira, afirmou-se, esta terça-feira, "perplexa" com a anunciada disponibilidade de António Costa para liderar o partido e defendeu que os socialistas deveriam estar mais preocupados em reconquistar a confiança dos eleitores.
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"Vejo [a disponibilidade de António Costa] com perplexidade, porque acho que não é o momento de estarmos a discutir disponibilidades para lideranças, é o momento para nos mobilizarmos para o combate contra este Governo que nos tem desgovernado e empobrecido", disse.
"Aquilo que eu vejo é um líder que tem duas vitórias consecutivas, a primeira nas eleições autárquicas em setembro, e, alguns meses depois, uma segunda vitória nas eleições europeias", acrescentou Madalena Alves Pereira, lembrando que, há cerca de um ano, António Costa poderia ter disputado a liderança do partido mas não o quis fazer.
Madalena Alves Pereira salientou ainda que as eleições europeias de 25 de maio, onde o PS foi o partido mais votado, se caracterizaram por uma subida da extrema-direita em diversos países europeus e por uma elevada taxa de abstenção.
"Essa taxa de abstenção, que põe em causa a credibilidade da classe política e que nos devia a pensar muito seriamente e com muita profundidade sobre o tema, não pode, neste momento, ser baralhada com declarações para disponibilidades para lideranças", disse.
"O que o PS precisa é de prosseguir o trabalho junto das comunidades, para restaurar a confiança dos eleitores no partido e merecer o voto nas eleições legislativas de 2015, se não houver eleições antecipadas", acrescentou.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, anunciou, esta terça-feira, que está disponível para avançar para a liderança do PS e disse que na quarta-feira se reunirá com o secretário-geral do partido, António José Seguro.
A direção do Partido Socialista já reagiu dizendo que "não há nenhum congresso marcado antes do final de 2015", acrescentando que, se António Costa quiser disputar a liderança do partido, terá que reunir apoios necessários para convocar o congresso