O presidente da Inatel, Vitor Ramalho, manifestou-se, esta terça-feira, contra a redução de 30% dos apoios financeiros públicos decretada pelo Governo, que coloca em risco a Fundação, e disse que vai recorrer da decisão nos próximos dez dias.
Corpo do artigo
Em declarações à Lusa, Vitor Ramalho alertou para o facto de este corte colocar "em risco" a viabilidade financeira da Fundação que, "desde há quatro anos, tem vindo a sofrer cortes na ordem dos 27%".
Sem quantificar o montante a que equivale a esta redução de 27%, o presidente da Inatel sublinhou que, com os cortes de 30% hoje anunciados, que equivalem a 2,7 milhões euros, "o corte será de 57%".
Neste sentido, Vitor Ramalho garantiu à Lusa que irá recorrer nos próximos dez dias desta decisão do Executivo.
"Vivemos numa crise tramada, compreendo que haja cortes, mas é preciso dialogar", sublinhou Vitor Ramalho, que preside à Fundação há quatro anos.
A Fundação Inatel recebeu, entre 2008 e 2010, perto de 39 milhões de euros de apoios financeiros públicos, segundo o relatório de avaliação das fundações divulgado pelo Governo.
A promoção das melhores condições para a ocupação dos tempos livres e do lazer dos trabalhadores e reformados, através do turismo social, atividade física e desportiva e a inclusão e solidariedade social são os objetivos da Fundação Inatel, que naquele período recebeu 38.913.358 euros.
De acordo com a informação do Governo, o valor atribuído representa 22,2% do total de proveitos gerados pela instituição pública de direito privado.
Na avaliação feita pelo Governo, o Inatel, que tem 136.201 beneficiários, obteve uma pontuação global de 46,8 pontos em 100.
O Governo anunciou hoje a extinção de quatro fundações e recomendou a extinção de 36 outras, tendo determinado também o corte de 100% dos apoios financeiros estatais a 14 outras entidades, foi divulgado esta terça-feira.