<p>Intenções bilaterais de reforço da cooperação entre os dois países foram, ontem, reafirmadas pelos presidentes das repúblicas de Portugal e da China, no primeiro dia da visita oficial de Hu Jintao ao nosso país. Acordos concretos só hoje, domingo, poderão ganhar assinatura.</p>
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Regras de protocolo puseram ontem, sábado, o ministro de Estado e das Finanças na mesa de reunião entre as delegações oficiais da República Popular da China e de Portugal no Palácio de Belém.
Caberia o encargo a Luís Amado, como ministro dos Negócios Estrangeiros, mas a sua agenda enviou-o ontem para fora do país.
Teixeira dos Santos encabeçou, assim, por lhe caber na hierarquia do Estado, a representação governamental no encontro e assistiu com semblante carregado às declarações de Cavaco Silva e de Hu Jintao.
Abordado à saída de Belém pelo JN, o ministro nada quis comentar sobre resultados deste e de outros encontros das diversas delegações em trabalho durante a visita oficial que já hoje, domingo, termina.
As declarações dos dois presidentes centraram-se em propósitos de cooperação, nada revelando sobre matérias concretas que entretanto estejam nas mesas de negociação, focando aspectos aspectos económicos e financeiros.
A hipótese de a China avançar na aquisição de alguma da dívida pública portuguesa ainda não era ontem líquida e a expressão de negócios na actividade portuária, indústria agro-alimentar, na banca ou energias ainda não tinha contornos determinados.
Cavaco Silva referiu Macau como um marco que persiste no fomento de boas relações.
O presidente da República indicou também a Parceria Estratégica assinada em 2005 como sinal de "excelentes relações políticas" e mencionou a recente eleição de Portugal como membro do Conselho de Segurança da ONU. Os indícios do encontro em Belém, afirmou ainda, revelam que "podemos ser mais ambiciosos no futuro".
Exemplos disso serão "o aumentar significativamente as trocas comerciais e colocar em equilíbrio as importações e importações" entre os dois países. Cavaco adiantou ter constatado "que a China olha com interesse para as oportunidades de investimento em Portugal".
Hu Jintao garantiu que "o lado chinês valoriza muito a experiência de Portugal nos assuntos regionais e internacionais", tendo avançado para uma referência a "consultas sobre temas globais, bem como sobre a recuperação económica e a reforma da ONU".
Neste primeiro dia da sua visita, o presidente chinês visitou o Mosteiro dos Jerónimos, onde depôs uma coroa de flores junto ao túmulo de Camões. Mais de meio milhar de pessoas da comunidade chinesa aclamou ali Hu Jintao à sua passagem.